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18 de março de 2009

Mar revolto em banho de espuma

Mar revolto que me trás a calma. Hoje pareces-me verdazul aqui e ali debruado a branco. Revoltado de todo. Eu aqui sereno admiro-te na tua imensa força e grandeza. Num ápice passa-me pela cabeça dar um mergulho. Literalmente de cabeça. Parei a tempo de pensar que há várias formas de me molhar. Metafórica e fisicamente. Gota a gota infinitamente contando cada uma. Assim como havia pensado, num ápice. Prefiro aqui sentado estar a pensar nas múltiplas formas teóricas de me molhar.
Arrefeço porque o vento norte corta-me os raios de sol tímidos de inverno. Imaginar-te desde o aqui sentado torna-se-me um dia duro.
Transfiro o pensamento para a imaginação dum banho de espuma. Esqueço o mundo. Toda a minha tensão se dissolve no quente da água da banheira. Paulatina e deliciosamente, assim numa câmara lenta, me deixo entrar no mundo dos sonhos. Caminho lento por imagens fabricadas na memória. Me deixo envolver num silêncio absoluto.
Afinal de contas fui molhado por apenas uma gota de mar que eu sei veio desde o outro lado para me beijar.

Sanzalando

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