Sou vizinho do mar mesmo quando não sei quem sou. E já agora, de onde venho? Devo ser uma fotografia em papel reciclado tantas vezes que já nem sabe se papel é. Devo ser um satélite que vagueia num espaço cada vez mais largo. Sou e devo ser o que sou na dúvida. Sou um temporal que por falta de tempo não brilha no flash dum relâmpago. Não. Decididamente devo ser um mural já mais apagado que aparenta ter tido mais vida num outrora qualquer. Ou serei ruína duma parede de azulejo. Uma certeza tenho: é que sou, porque se eu não fosse não estaria agora aqui a falar-te coisas brilhantemente baralhadas.
Sou vizinho do mar. Certeza absoluta.
Se eu fosse um compositor sinfonizava para aqui uma ode ao deus dará ritmado na marulhar. Se eu fosse pintor encheria uma tela de azul e chamar-lhe-ia simplesmente mar, como se o mar fosse a coisa mais simples que existe depois de mim. Se eu fosse poeta escreveria um poema em que mar rimaria com todas as palavras do meu dicionário.
Afinal de contas eu sou apenas um vizinho do mar mesmo quando eu não sei quem sou.
Hoje, para além de ti, não sei quem sou.
Sou vizinho do mar. Certeza absoluta.
Se eu fosse um compositor sinfonizava para aqui uma ode ao deus dará ritmado na marulhar. Se eu fosse pintor encheria uma tela de azul e chamar-lhe-ia simplesmente mar, como se o mar fosse a coisa mais simples que existe depois de mim. Se eu fosse poeta escreveria um poema em que mar rimaria com todas as palavras do meu dicionário.
Afinal de contas eu sou apenas um vizinho do mar mesmo quando eu não sei quem sou.
Hoje, para além de ti, não sei quem sou.
Sanzalando
...e será que alguém saberá quem é ?
ResponderEliminarAbraço
Tou em dia com a leitura.
ResponderEliminarGostei, só que aquele emblema ali em cima, polui o ambiente...
W
"...serei ruina em parede de azulejo... " me inspirou na transparência da tinta e do vidro.
ResponderEliminarSJB