A Minha Sanzala

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7 de junho de 2011

caminhos sem paragem

Caminho na praia como uma folha de papel, sem destino, sem velocidade certa e sem direcção previsível. Me apetece apenas caminhar assim como num gastar de tempo sem dar por ele. Sorrio chorando, gargalhando lágrimas secas de dor que não sinto, mas invento, grito cantando ais de lamento num silencio ensurdecedor. Passo o tempo num gastar solitário em pensamentos desarrumados, alguns empoeirados e outros tantos bolorentos. Tudo enfeito com a maresia, com a música dum marulhar arritmado e o cantar duma qualquer rouca gaivota que me sobrevoa. Estou sozinho quanto baste e não tenho nada a provar a ninguém. Eu, os meus sonhos, as minhas ideias, as minhas memórias e a verdade que nunca aconteceu, viajamos juntos à beira da praia saboreando o sal desse zulmarinho que me une, umas vezes azul, outras verdes e outras numa mistura de verdadeiro zulmarinho.
Caminho na praia em direcção a lado nenhum, excepto para o lado que eu sei que vou.

Sanzalando

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