Me sento aqui a olhar para lá do que a vista alcança, ouço música batida no coração num ritmo tropical e as coisas que eu sei costumam ficar claras quando amanhece.
Mas por curiosidade, breve momento da minha vida, eu não sinto nada.
Nem alegria, nem tristeza.
Me lembro da dor que tive, da lágrima que chorei, das palavras que calei, dos silêncios que ouvi. Realmente confuso e complexo é ser-se humano. Ir de um extremo ao outro e ainda parar para ter tempo de nada sentir.
Afinal de contas quando eu morrer será de riso, será de ter feito isto e aquilo, de ter gasto todas as palavras num sentido vivido da vida, de ter escrito tudo o que tinha para escrever, de ter saltado todas as ondas do mar, de ter-te abraçado com o calor dum abraço de amor.
Mas agora não sinto nada. Nem alegria nem tristeza.
Vou descansar o corpo e deixar a alma respirar e voltar à vida quando tiver novos sentires.
Sanzalando
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