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6 de dezembro de 2011

sentado à beira da estrada te olho

Cansado. Me sento sobre uma pedra que faz tempo está aqui ao lado da estrada como que a convidar para me sentar. Todos os dias lhe olho e todos os dias lhe tenho dado desprezo. Hoje não, foi diferente. Me sentei depois de sentir o apelo, o convite intrínseco dela. Na estrada faz tempo não passa carro nenhum, a poeira adormeceu sobre a terra batida e os arbustos que lhe ladeiam ainda estão cinzentos como à espera que a chuva, que não tarda, lhes lave para lhes dar o verde novo. Acho graça de estar aqui sentado e me lembrar de ver estas coisas. É um jeito que não consigo nem explicar, às nem entender. Ó minha terra como eu te acho linda. 
Aqui sentado acho que nunca te vi assim tão linda como te vejo hoje com estes olhos cansados. Até me sinto mais forte do que realmente sou, quando deixo cair esta lágrima que me enfarrusca o olhar. Desculpa, não te quero decepcionar com lamechismo. Sei que conheces os meus defeitos, as minhas faltas, essas coisas todas que com o passar dos anos não foram desaparecendo e aqui estou, sentado numa pedra da beira estrada a olhar-te carregada de pó que a chuva que ainda não caiu e não te lavou

Sanzalando

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