recomeça o futuro sem esquecer o passado

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23 de dezembro de 2011

Saudade

Vejo ao longe as luzes cintilantes de Natal. É festa, se esquece todo o ano que passou e haja festa. 
Mas eu aqui sentado, saboreando o frio do mar que aqui termina, que aqui me trás as novas desde o seu início, sinto saudade, essa saudade que alterou a minha vida, que me transformou os complexos, me cegou de futuros e me ignora no presente.
A saudade mudou-me bandeiras, transformou-me num filme em que não participei no argumento, que me tropeça o pensamento com recordações, que me desconstroi o passado dando-me um presente baralhado de cores cinzentas que tapam as garridas da alma.
Saudade. Palavra fácil de soletrar e que tão meigamente me escraviza nas debilidades mentais duma dor surda que me corrói.
Saudade, com que cor te pintarei? 
Não com as cintilantes cores do Natal. 
Não com os negros escuros do esquecimento. 
Não te pintarei. Sentir-te-ei eternamente.


Sanzalando

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