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16 de dezembro de 2011

tentei uma carta

Quase me rio quando tento descrever-te. Poderia começar por dizer que tinhas cara de boneca, nariz perfeito, boca primorosamente desenhada e uns olhos que expressam a alma. Rosto belo, para não dizer belíssimo que soaria a pomposidade demagógica. Na verdade não tens cara. Existes, mas não tens feições. Tudo isso são subjectividades e a tua beleza que para mim é tudo, para outros é nada. Ideias malucas da minha imaginação, dirão. Não és uma kianda porém és o reino, não és uma chuva tropical porém és uma nuvem de tempestade.
Afinal de contas, me perguntas tu no teu silêncio, a quem te quero descrever. A ninguém se não a mim mesmo. Não te tenho o retrato por isso te tenho na memória e te quero passar a real virtual e então me rio. Cada palavra que escolho é pior que outra escolhida anteriormente.
Mas não me interessa. Não te descrevo e apenas te escrevo e os outros que imaginem como eu te imaginei. 
Gargalhei mais uma vez porque te escrevi e não te disse que tinha saudades tuas.
Boas Festas, já agora, não me vá eu esquecer ou não ter tempo de te dizer. Lá arranquei mais uma página dentro de mim.




Sanzalando

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