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2 de março de 2012

sonhei-te bebendo um copo

Te conto os meus segredos, todas as frases que sei de cor e te farei feliz. Te mostro o meu sorriso e a minha euforia. Eu sei que tu vais ter toda a atenção, retribuir com um mexer de lábios e até com um beijo. Bebo um copo contigo, num meio de tarde, na Praia Azul ou se não nos apetecer andar tanto ficamo-nos na praia das Barreiras. Possivelmente daremos as mãos, trocaremos um ou outro mimo mais público, mas sempre olhando em redor não vai estar alguém a ver e depois vai comentar carregado de inveja, acrescentando frases que não aconteceram.
O relógio vai continuar a bater nas horas como um martelo que se gasta em batidas ritmadas tirando-nos o tempo que gostaríamos de gastar juntos.
Te levarei a casa e dir-te-ei um adeus que tu vais retribuir com um sorriso que eu vou guardar para sempre, nesse instante, mesmo que esse para sempre acabe um dia.
Num meio de tarde que nunca aconteceu te levei a beber um copo na Praia Azul ou na Praia das Barreiras porque eu te amava.
Ainda não tinham inventado o telefone de sair de casa, ainda não tinha visto nem o que é que era uma televisão e eu te levava a sair como numa novela que se calhar tinha lido numa qualquer Corin Tellado que havia na Carlota e que eu li quando acompanhei a minha mãe na cabeleireira faz anos lá para trás.
Afinal de contas eu sonhava em te levar, um dia que tivesse idade, a beber um copo na praia Azul ou na Praia das Barreiras como iria ver mais tarde numa telenovela de cores garridas e muitas festas.
Balbucio palavras que tu não vais nem ouvir porque tu nem sabes que eu existo, quanto mais tu irias beber um copo comigo na Praia Azul ou na Praia das Barreiras, faz conta eu era um miúdo de posses.
Afinal de contas eu estava só a imaginar eu era mais velho um dia.

Sanzalando

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