Hoje estou de cabeça a estoirar. Deve de ser o sol que me queimou, deve ser tanta coisa que nem sei mesmo que é que possa ter sido. Mas que foi foi e não tem mais discussão. Nunca fui, pela beira mar, até na foz do Rio Bero. Mais que fui foi unas salinas e me cansei que parece tinha jurado promessa de nunca mais nem me lembrar do que andei para voltar. Mas isso já foi e não vou agora chorar. Mas hoje eu quero ir na foz do rio Bero que acastanha a água do meu mar de vez em quando. E vou porque (não tem essa coisa de mostrar sentimentos pois eu sou um desastre nessa coisa de amor) não quero dar ouvidos a ninguém e não quero dar conselhos a ninguém também. Me dizem és louco e não lhes ouço. Vou! Afinal de contas eu sempre fui um às em esconder dentro de mim os meus medos e não me apetece andar por aí a espalhar que eu vou na foz do rio Bero porque eu sou grande. Na verdade eu sei que sou fraco até nos encantos e não me apetece transparentizar a minha alma. Só quero mesmo é passar os estaleiros, passar as salinas e chegar na foz do rio Bero e pensar para mim que afinal eu sou já crescido e fui na foz do rio Bero que nasce lá nas fraldas, sei e repito, nas fraldas da Serra da Chela. Mas se a minha praia acastanhou com água que veio do planalto porque é que eu não as vou ver a se misturar parece é batido de remoinho, penso eu.
Eu quero ir e ninguém precisa saber que eu nunca fui na foz do rio Bero antes. Também não vou ficar aqui a falar das maravilhas do rio se eu não lhe conheço a foz. Lhe conheço a ponte que passa ou comboio ou carro em tempos separados que ambos ao mesmo tempo é desastre.
Vou caminhar pela beira mar e vou lá chegar. Se não chegar ninguém vai nem saber que eu tentei.
Quem quer vir comigo na foz do rio Bero? não precisa responder porque eu nem perguntei. Eu quero ir e vou. Chego ou não chego eu depois vou saber e mais ninguém.
Hoje me apetece ir na foz do rio Bero e não vou dizer aos vagabundos da Oásis que eu fui na foz. Nem os da esplanada do Hotel Turismo precisam saber e os do café Avenida nem vão sonhar.
Os mapundeiros podem adivinhar porque eu vou ver a água deles a se afogar na salgada água deste meu mar.
Sanzalando
Zulmarinho,
ResponderEliminarPequena história de mapundeiros que se banharam na praia das miragens: Mano, engoli o mar...
Beijokas mil e quatro.
Anel