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31 de dezembro de 2012
palavras que sobraram
Agarrei num amontoado de palavras. Todas as que não tinha usado neste ano que termina e resolvi escrever uma carta, a última carta ao ano.
O que seria hoje se eu tivesse dado uma chance de fazer as coisas que me tinha proposto fazer? É um pensamento triste porque estaria mais feliz do que estou agora. Não estou infeliz. Só que havia um jeito de estar melhor. Acobardei-me, senti remorsos e adiei.
Poderia estar louco de alegria, cansado fisicamente e torturado mentalmente. Mas feliz. Mais feliz ainda.
Eu tenho um jeito especial de estragar os meus sonhos. Quando penso onde posso chegar começo a perceber que não é por aí que quero ir.
Assim sendo, com o resto das palavras deste ano queria escrever que tenho um sentimento arrebatador, um reconfortante afago, uma paixão enlouquecida. Tenho paz e sou feliz quando podia ser mais feliz.
Com as últimas palavras deste ano prometo por-me em linha da linha certa da vida , sem medos, sem remorsos e sorrindo caminhando para o meu futuro, esteja ele em que estação ou apeadeiro estiver.
Se não der certo outra vez... prometo recomeçar do zero tantas vezes quantas as necessárias.
Te juro, futuro, que não caio sem conseguir!
Sanzalando
30 de dezembro de 2012
29 de dezembro de 2012
28 de dezembro de 2012
um brinde
Levanto a alcatifa e vou buscar uma dúzia de palavras, mal contadas, escondidas debaixo dela num dia de mau humor.
Começo por lhes limpar o pó. Não espero que brilhem mas que tenham um ar asseado, rítmico e quem sabe, façam sentido.
Com elas assim disponho-me a fazer um brinde aos lunáticos, aos loucos e aos desprezados, aos que sofrem sem ainda saberem porquê e assim mantêm os olhos sem vida, a alma seca e o coração pesado. Aproveito, mais lustrosamente, brindo aos que se cansaram e que não conseguem olhar para lado nenhum. Já quase sem palavras para gastar ainda brindo aos que sentem dor e não a escondem de baixo de palavras doces e sorrisos falsos. Quase arrastando as palavras que se colaram à alcatifa ainda brindo aos que sentem, aos rebeldes, aos sobreviventes que em vida aprenderam como se morre em pé. Sem palavras brindo a todos!
Sanzalando
27 de dezembro de 2012
palavras para tudo
Como numa gráfica antiga monto as palavras uma a uma usando separadores para que elas não se misturem e se consigam deixar perceber uma ideia. A ideia escrita não sei se é a que chega nas palavras. Mas lá vou usando-as, abusando-as, violando-as ou ultrajando-as.
Há palavras para dizer que te amo. Há palavras para mostrar que tenho saudades. Há palavras que mostram que as minhas insónias é excesso de ti. Tem palavras que mostram que dominas o meu pensamento mesmo quando eu não quero nem pensar em ti.
Enfim, há palavras para todos os gostos e poucas para mostrar os desgostos.
Um dia vou guardar todas as palavras num cofre e deixar-me vagabundear em silêncios de alma gémea.
Sanzalando
26 de dezembro de 2012
palavras de ausência
Um amontoado de palavras por catalogar e arquivar. Honestamente me apetece agarrar nelas e jogar janela fora, aproveitando o vento que sopra de norte e ver se elas chegam até ao meu sul. Vivo num período de ausência. Sinto ausência de muitas coisas, principalmente de ânimo e vontade. Nem toda a responsabilidade que estão a pôr sobre os ombros combatem esta inércia de afastar-me da ausência Começo cansado e termino exausto. Permiti-me dizer nãos a várias coisas e também a pessoas. Estas que já eram poucas ficaram mais escassas e eu continuo sentindo ausência de tudo, menos do cansaço. Dizem-me é fase. Pensam sou lua. Falta-me o ar da clareza, um corpo sem dor e uma mente descansada.
E as palavras amontoadas lá estão, mesmo com a janela aberta e sem serem levadas pelo vento, rumo ao meu sul.
Poucos me percebem e aqueles que o fazem desviam-se como o diabo da cruz.
O bom da ausência é que ninguém descobriu a minha falta quando eu não estiver.
Sanzalando
24 de dezembro de 2012
Dizem hoje vai ser Natal
Boas festas como se houvesse festa.
Quem não tem festa vai fazer mais como? Responde mais o quê?
Boa Noite de Família
Sanzalando
Quem não tem festa vai fazer mais como? Responde mais o quê?
Boa Noite de Família
Sanzalando
23 de dezembro de 2012
palavras de um afogado
Procurei avidamente palavras no meu diário, frases incompletas porque perdidas no meio de pensamentos, de outras reflexões e tretas que tais, que mostrassem que eu não me estava a afogar num mar de solidão. Apenas me afogava nos meus segredos, nos meus gritos silenciados por medo de não ser correcto nas imaginações de vida. Cansado, procurei espaço para mim dentro de mim, deixando as palavras à porta dos meus silêncios como se fossem os pesadelos de um acordar mais tarde sem lembranças.
Declamei versos de poetas famosos e fiz sessão de poesia instantânea para um publico especial. Eu!
Todas as palavras eram usadas. Nem uma brilhava como nova. Não foi assim que consegui me livrar da sensação de afogamento.
Foi então que sem querer sussurrei baixinho palavras que sempre tivera medo de dizer:
-sai da minha vida como entraste: Calada!
Sanzalando
21 de dezembro de 2012
Palavras rasuradas de amor
Palavras riscadas, palavras rasgadas, rasuradas, emendadas., gafanhotos rabiscados de difícil interpretação, auxiliam-me a pensar o meu estado de graça caído na desgraça de não ter graça e querer ser engraçado. Quem foi que disse que o amor tinha graça. O amor não é um filme em que eu digo acção, corta, vamos lá outra vez, os protagonistas sofrem mas o director da fotografia dá um tom angelical à cena pretendida e o filme é o que eu quero. No estado de graça real a gente leva pancada e se se fica bem olha à volta e passou perto de precipício do abismo perfeito. Não há cenas em câmara lenta, não há olhares coincidentes por acaso, toques subtis que surgem do nada e modificam toda a trama, todo o enredo, toda a melodramatologia. Na vida real a gente esconde o olhar com medo que o outro nos leia até à alma. O amor mesmo, não vem embrulhado em papel de festa mesmo que te deixe tonto, e deixa-te noites sem dormir e crise de ciumes de nada e tudo intercalado no meio de amor ódio. É aquele amor de amar tanto que deixa até agente com raiva.
Sanzalando
19 de dezembro de 2012
palavras de esperança
Tropecei em palavras mudas, camufladas de silêncios, escondidas em becos da memória com medo de serem gastas. Mas alinhavei-as, como a minha avó fazia nas minhas velhas roupas para delas fazer novas coisas, e conclui que nunca é tarde de mais, ou cedo, para eu ser quem eu quero ser. Não há limite no tempo. Posso mudar, adaptar, modificar e continuar a ser o mesmo. Não há regras. Posso tirar o máximo proveito ou o mínimo. Espero eu sempre tirar o máximo mesmo nas vezes que não atinjo o mínimo. Espero sempre surpreender-me, sentir coisas que nunca senti, conhecer pessoas diferentes com conceitos diferentes. Mas quero, sobretudo ter orgulho em mim, mesmo quando do zero tenho de recomeçar.
Sanzalando
18 de dezembro de 2012
reclamantes palavras
Tento aprender palavras novas para usar como carícia, como doce carinho de atenção ou apenas como forma de mostrar que existo, apesar da estatística quase apostar que eu não sou eu.
Não me agrada chamar a atenção porque sou sempre a pessoa que perde, porque tenho saudade ou medo! Não sou pessoa interessante e sou mais facilmente substituída como todos que eu já vi em tantos cemitérios que já visitei. Mais uma da estatística.
Não reclamo, excepto quando estou para aí virado. Nem considero estas palavras como reclamação, mais uma forma estatística de mostrar-me.
Não atiro a toalha ao chão como se estivesse numa luta de boxe porque o meu corpo não foi feito para violentos embates.
Nem deixo que me falte o ar para respirar só porque não tenho carícias a dar nem doces atenções a distribuir.
Sanzalando
17 de dezembro de 2012
hoje - um dia como outro
Retiro uma palavra daqui, um verbo dali, conjugo com um complemento directo e reparo que ouvi dizer que o que sai volta em dobro.
Hoje é dia de esperar o que não se espera nada da vida, uma vez que encerramos num coração de porta trancada, fechada a cadeado e virámos uma página que se encheu de negro fumo e se enrugou de lágrimas escondidas.
Hoje é dia de esperar que um amigo venha beber uma birra gelada, insista numa saída nocturna e eu encontre exactamente o dobro que perdi.
Hoje retiro palavras daqui, ligo a TV, ouço uma música e com a maior das naturalidades me esqueci que dia é hoje.
Sanzalando
15 de dezembro de 2012
o teu rosto se foi apagando
Colecciono palavras como podia coleccionar selos, latas, pacotes de açúcar ou outras inutilidades.
Eu resolvi coleccionar palavras, não para mais tarde as vender ou fazer render. Apenas para as usar em caso de necessidade ou para deleitar em momentos de ociosidade. Raramente era para as utilizar em momentos de tristeza, pensando eu que aqui seria o silêncio a melhor das não palavras a usar.
Mas às vezes as coisas não são como eu as quero e por isso perco palavras da minha colecção quase sem saber como.
Hoje é um dia de perder palavras. Talvez porque o céu esteja cinzento, o vento sopra forte e eu esteja para aqui virado num avesso de mim.
Me lembro como se fosse hoje que faz tempo a tua cara era um sorriso na minha memória, depois foi passando a ser como rascunho cada vez menos elaborado e agora é uma mancha num papel que algum entendido iria dizer tratar-se desenho abstracto.
Sanzalando
14 de dezembro de 2012
palavras, ideias e conceitos
Sentei-me sobre palavras, dobrei-me sobre ideias e reflecti sobre conceitos.
Uma coisa é certa, faltam-me palavras que devo ter perdido nas arestas da vida, faltam-me ideias que devem ter sido levados por ventos tempestuosos de amores juvenis e mudei conceitos ao longo do dia, conforme as horas.
A felicidade não se planeia.
O amor não se mendiga.
O sorriso não se pede.
O olhar não brilha por dá cá aquela palha.
Zango-me porque sou humano.
Rio porque humano sou.
Choro porque sinto.
Gargalho porque me apetece.
Temos defeitos também porque estamos vivos e não jogamos fora só porque sim.
12 de dezembro de 2012
triste louco e paixonado
Sentado algures numa pedra dum paredão de mar construo castelos de palavras e sonhos, risos de gargalhadas, lágrimas de choro, caras máscaras ou olhares brilhantes. Quem passa e me olha vai pensar ele está triste. Faz tempo está triste. Depois outro, que passasse mais tarde, ia dizer enloucou porque me viu sorrir ou mesmo a gargalhar e sem mais ninguém a não ser o meu pensamento por companhia.
Acontece que ninguém percebe que eu não quero ficar toda a hora de olhar triste ou cara gargalhante. Quero ser eu, nos meus defeitos, feitios, virtudes. Acham que é pedir de mais?
Nas minhas conversas o meu olhar percebeu o brilho do teu e reparou que uma lágrima escorreu no teu rosto. Meu gesto imediato era ir secá-la com um beijo. Mas não fazia sentido porque algures no paredão eu estava sozinho com os meus pensamentos. Reparei que sorriste porque deves ter imaginado o meu gesto impensado.
Quando me olhei eu estava a chorar. Foi aí que eu percebi, que sozinho algures num paredão de mar havia um chorar de amor e quem me visse iria pensar, triste, louco e apaixonado.
Sanzalando
11 de dezembro de 2012
etiquetando palavras
Etiquetando palavras de modo a que não as perca num dia de chuva ou trovoada, ou secas pelo calor tórrido dalguma paixão, vou delineando-as como se fossem um texto para mais tarde recordar. Engraçado, como nós depositamos tanta confiança e tanto sentimento nas pessoas, naquelas que esperávamos conhecer até na alma, mas que no fim são mais que iguais a todas as outras que conhecemos na superfície.
Etiquetando palavras, ordenando-as de modo que não se dissolvam num qualquer vendaval da vida, vejo que esperamos de mais e que sempre há decepções que nos magoam até para além da alma.
Etiquetando palavras, juntando-as num montículo de modo que as possa mais ter ver, quando a vista cansada já não for a mesma, encontro frases que me dizem que é melhor viver esperando menos das pessoas e dando o mesmo, que a parte pior dum livro muito bom é ficar com o sentimento estranho atravessado na garganta, quando ele acaba. Acho é o mesmo de dizer adeus ao melhor amigo!
Sanzalando
10 de dezembro de 2012
vagueio palavras de nada
Vagueio palavras quando deveria estar a pastorear silêncios. Somos diferentes, e não digo que é só porque eu gosto do azul e tu dum verde canário ou amarelo camaleão, porque eu detesto cinema e tu adoras baladas, porque eu gosto do mar e tu da serra, mas também pelo sentir e pela falta de sentido nos todos significados. Precisas de atenção constante e para aí nunca estive virado, ou se calhar é o contrário e nunca dei por nada, precisas de complexidade e eu limito-me a coisas simples. Enfim, com estas coisas todas não há barca que não afunde. Resolvi abraçar a humanidade, sempre é mais simples, não tem um querer absoluto, não tem uma placa proibitiva que sinalize todas as minhas limitações e solidariamente me afunde no abismo do mim mesmo.
Vagueio palavras já sem medo que te zangues, amues, atires com o que estiver mais à mão ou ajudes a soprar os ventos contrários nas preces das alternativas igrejas.
Vagueio palavras porque são elas o sustento do nosso nada.
Sanzalando
9 de dezembro de 2012
porque hoje é Domingo
Hoje é Domingo e estatisticamente é o dia que ninguém vem ouvir as minhas palavras roucas, afónicas ou ruidosas. Por isso estou à vontade para desfazer-me aos poucos e se alguém me perguntasse como eu gostaria ser lembrado se eu me finasse agora eu responderia que com um sorriso de nostalgia e um olhar de saudade representar-me-iam-me na perfeição.
Mas não me levem a mal que hoje ao domingo ninguém vem cá bisbilhotar e os que por mero acaso aqui passarem dirão que com ele, isto é eu, é tudo sem querer, nunca está distante está é sempre longe da realidade fingindo que adivinha o futuro.
Hoje é Domingo e como ninguém quer saber destas linhas eu posso dizer bem alto que todos devem espalhar o amor porque de dor e sofrimento o mundo está cheio.
Estou rouco. Constipado, mas vou sorrindo para os amigos, para as amigas e até para quem se cruza comigo e me olha de lado como se eu fosse mais um louco com dispensa de fim de semana.
Sorrio por que é Domingo e ninguém vai ler as palavras afónicas que eu disse no silêncio da solidão.
Sanzalando
8 de dezembro de 2012
ter amigos
Hoje me colhi assim porque hoje faz três anos tirei esta fotografia. Hoje estou afónico, há três anos estava eufórico. Hoje estou muscularmente dorido duma noite de vadiagem, há três anos sorria mesmo sem saber porquê. Hoje sei tenho amigos, há três anos eu não sabia.
Sanzalando
7 de dezembro de 2012
A vida tem destas coisas
Hoje o dia nasceu parece é sandes. Tem chuva, tem sol e ainda é temperado por um bocado de vento, que se eu soubesses os pontos cardeais, dizia vinha do norte da ira. Mas esta é apenas a fotografia ilustrativa dos dia de hoje vista pelos meus olhos e pelo meu arrepiado cabelo. Corpo tremido, encolhido, numa marreca parece é feto enrolado, para aquecer no cabimento da vida e ir seguindo em frente porque sempre me disseram que a frente é que é o caminho. Me esqueceram foi de apontar onde é que é a frente. Eu escolhi esta frente e parece me enganei. Mas sigo em frente porque se dizem que a terra é redonda eu vou passar na frente verdadeira mais cedo ou mais tarde.
Tudo o que eu faço, afinal, é pensando em ti, portanto, se eu errar eu vou dizer que a culpa foi tua porque me distraíste e não era esta frente fria que eu devia ter escolhido.
A vida tem destas coisas!
Sanzalando
5 de dezembro de 2012
Diálogos à toa
Vaporizado pelo frio, sigo caminhado na tortuosidade da vida, umas vezes cabisbaixo outras de porte altivo, umas vezes sorrindo, outras fazendo sorrir enquanto choro por dentro e outras ainda sabe-se lá como. Passo por alguém, num dia de cabisbaixo que me atira um simpático:
- Como andas?
secamente, sem mexer a cabeça e se calhar sem abrir os olhos respondi:
- Com as pernas!
Ouvi a voz simpática retorquir:
- Interessante.
- O quê? disse de imedito no mais seco das minhas palavras
e ouvi a voz simpática que já me parecia doce e meiga a dizer-me:
- Usas a ironia para esquecer a dor?
levantei a cabeça, abri os olhos e sorri de agradecimento
Sanzalando
4 de dezembro de 2012
deambulando no tempo
Deambulando pelas esquinas da minha vida, pelos precipícios instáveis por onde andei, recordando cada rosto sem rugas porque o tempo parou num tempo que não sei, eu sei que tudo pode acontecer. Deixando o tempo progredir lentamente outras esquinas, outros precipícios, outros rostos mais enrugados porque o tempo os enrugou, eu sei que tudo pode acontecer.
Hoje, parado no tempo, eu queria que alguma coisa fosse estável na minha vida, que as palavras que digo fossem repetidas como eu as digo, que os meus olhos transmitissem em directo a emissão da minha alma e que cada curva da minha vida fosse linear.
Deambulando pelo tempo eu quero ter tempo para corrigir erros.
Sanzalando
3 de dezembro de 2012
preguiçamente sem letras e muita memória
Assim, duma forma preguiçosa, eu te digo em surdina, não vás tu ouvir, que eu bêbado de sono te tenho na memória com um sorriso bonito e que amanhã, depois de 15 horas de merecido sono o teu sorriso vai continuar bonito e eu vou ter-te apenas na memória.
Sanzalando
2 de dezembro de 2012
1 de dezembro de 2012
palavras vagabundas
Hoje me apetece conduzir palavras como quem conduz um carro numa viagem. Despreocupadamente, descontraidamente, automaticamente, baseando os gestos em reflexos e os pensamentos vagabundeando ao deus dará.
Eu te amo. Disse um dia que não sei se chovia, fazia sol ou era noite. Mas tu deves te lembrar e já estás a preparar um pensamento para me atirar à cara que sou um desnorteado, despreocupado, desleixado.
Eu sei que pode acontecer um dia acordares e já não te lembrares do meu nome, apelido, da nossa existência como única. Mas essa eu lembro. Pelo menos por agora.
Podes ter-te esquecido das lágrimas que deitamos de tanto rir, dos silêncios trocados em palavras de olhar, das discussões que tivemos por mais banais que fossem acabavam sempre do mesmo modo, felizmente.
Eu sei e sei o que te diria se te encontrasse mesmo sabendo que virarias a cara para outro lado para eu não ver os teus olhos brilharem e o rubor da tua cara pelo aumentar do pulso.
Sei que são palavras vagabundas como vagabundo é o meu livre pensamento
Sanzalando
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