Levanto a alcatifa e vou buscar uma dúzia de palavras, mal contadas, escondidas debaixo dela num dia de mau humor.
Começo por lhes limpar o pó. Não espero que brilhem mas que tenham um ar asseado, rítmico e quem sabe, façam sentido.
Com elas assim disponho-me a fazer um brinde aos lunáticos, aos loucos e aos desprezados, aos que sofrem sem ainda saberem porquê e assim mantêm os olhos sem vida, a alma seca e o coração pesado. Aproveito, mais lustrosamente, brindo aos que se cansaram e que não conseguem olhar para lado nenhum. Já quase sem palavras para gastar ainda brindo aos que sentem dor e não a escondem de baixo de palavras doces e sorrisos falsos. Quase arrastando as palavras que se colaram à alcatifa ainda brindo aos que sentem, aos rebeldes, aos sobreviventes que em vida aprenderam como se morre em pé. Sem palavras brindo a todos!
Sanzalando
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