Hoje me apetece conduzir palavras como quem conduz um carro numa viagem. Despreocupadamente, descontraidamente, automaticamente, baseando os gestos em reflexos e os pensamentos vagabundeando ao deus dará.
Eu te amo. Disse um dia que não sei se chovia, fazia sol ou era noite. Mas tu deves te lembrar e já estás a preparar um pensamento para me atirar à cara que sou um desnorteado, despreocupado, desleixado.
Eu sei que pode acontecer um dia acordares e já não te lembrares do meu nome, apelido, da nossa existência como única. Mas essa eu lembro. Pelo menos por agora.
Podes ter-te esquecido das lágrimas que deitamos de tanto rir, dos silêncios trocados em palavras de olhar, das discussões que tivemos por mais banais que fossem acabavam sempre do mesmo modo, felizmente.
Eu sei e sei o que te diria se te encontrasse mesmo sabendo que virarias a cara para outro lado para eu não ver os teus olhos brilharem e o rubor da tua cara pelo aumentar do pulso.
Sei que são palavras vagabundas como vagabundo é o meu livre pensamento
Sanzalando
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