Caminho sorrindo na areia da praia esquecendo que por cá faz frio. Mas quero olhar o mar e ver para além do que consigo olhar. Quero poder ver o que já me esquecia existir.
Seriamente já me cansei de não saber se estava bem, triste, mal, contente ou animado. Já estava a ficar farto de inventar respostas para a sacramental pergunta:
- Como estás?
Uma coisa eu me digo, neste meu caminhar sereno e feliz por areia molhada desta minha praia onde me esqueço faz frio por cá, se tudo estivesse óptimo, às mil maravilhas, eu estaria triste porque errado. Ninguém que eu saiba existir pode estar bem a 100%. Existe sempre um mas qualquer. Aqui nesta praia eu ia dizer que sentia frio, mas estou na terra onde agora faz frio.
- Como estás? me pergunta a consciência num quase silêncio para não me perturbar.
Sorri num quase gargalhar. Eu me respondo:
- Estou! A vida não é uma causa perdida, o sorriso não pode ser um amarelo forçado e os olhos não podem ser brilhante lágrima. Estou!
Sim, eu sei que houve alturas que até a máquina me disse eu era inválido. Apaguei e sorri, atirei esse tempo para a indiferença e caminho agora na praia, com frio, na terra que agora faz frio, com um sorriso nos lábios e uma voz dentro de mim dizendo:
- Além de feliz como estás?
Sanzalando
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