Outra vez primavera a valer. Mesmo dia e várias estações. Se fosse comboio ainda ia ter apeadeiros. Não tem comboio mas tem chuva, vento e frio e de vez em quando faz sol. Como é que é que a minha cabeça vai aguentar este tempo tanto tempo. Meditando? Mendigando? Me deitando sobre o assunto? Enfim, opto por ir ver o zulmarinho, respirar maresia e sonambular com o marulhar.
E dou comigo a dizer que é parvo se ocupar o tempo no extremo para esquecer a dor, a lágrima ou a saudade. O que é que quer que seja. Acho isso é guardar na baú para mais tarde ir buscar. Custar na vida é um direito. Ser forte é conseguir seguir em frente, renovado e maduro. Não me vale parar para sofrer nem fingir que o mundo é coloridamente alegre toda a hora. Forte mesmo é lhe aguentar, fazer o que há para fazer, não esquecer ou fingir. É o meio de pagar a ruindade envolvente e depois de bem pago, surpreendentemente, o amanhã melhor chega.
É o que me dá ver o mar em dia de primavera quando ela está bera.
Sanzalando
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