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25 de julho de 2019

autobiografia não autorizada

Deitado na arei de mil cores, suavizando o calor com um ou outro mergulho no zulmarinho, sentindo-me em contacto com a sua origem que fica para lá dessa linha que chamam de horizonte, dou comigo a fervilhar ideias e pensamentos. Quem foi que autorizou que quem eu não conheço escrevesse a minha biografia? É verdade. Olho no facebook, olho no instagram, olho no Twitter e lá estou eu em mil formas e nomes, mil fotos e cores, mil pensamentos e silêncios. Querem ver esse mundo ficou pequeno e eu não sou mais o original? Querem ver as palavras acabaram e são sempre as mesmas que saem nos papeis brancos dos computadores? Acho vou dar-me folga e mergulhar profundamente no oceano da vida e deixar de me narcisar nesta roda sem quase vida que virou a vida dos smartphones.
Deitado na areia das mil cores penso que nunca brinquei, que não tive direito à infância, em ser criança, em pensar as minhas trafulhices e rasgar os meus joelhos em feridas de 'mercúriócromo'. 
Deitado na areia, marulhado pelo zulmarinho me deixo levar pelas vagas que explodem contra a areia e me retiro do corpo que me leva para tantos lugares que só eu sei não existem, os meus sonhos.
Deixem só estar, é mesmo sol a mais na moleira que o cabelo já não protege.

Sanzalando

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