Faz sol e eu me banho dele. Nem a sombra deste meu poiso me salvam. As memórias pululam como fossem pipocas na panela. Eu tenho saudade desse sol. Eu envelheço dez anos por cada dia sem sol. Eu me entristeço por falta de sol.
Ou será que por falta de sol eu não tenho memória?
Nestes dia de sol eu até consigo tratar as pessoas como elas merecem ser tratadas. Deixo-as ir em paz e serenas, deixo-as sorrindo, alegres e felizes. Nos outros me dizem tenho mau feitio. Nem sei como lhes responder porque até um piscar de olhos me custa gastar.
Faz sol e eu regresso à minha infância, relembro a adolescência e as minhas mil parvoíces, os meus amores e desamores e depois deixo o tempo passar sem remorsos. Se não faz, eu mastigo os tempos que queria voar, as estrelas que queria tocar e as vezes que eu queria que o mundo acabasse.
No dia que faz sol eu esqueci esse outro eu e me embalo em danças, sorrisos e cantares que até encantam os mais tristes do meu lado.
É o sol, senhores.
Sanzalando
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