Quando eu era criança achava a vida perfeita. As brincadeiras eram saudáveis, o tempo demorava exactamente o necessário. Não havia necessidade de correr por falta de tempo. O adormecer era doce e se por acaso houvesse pesadelo no meio o acordar fazia rir da coisa acontecida. Não havia medo do que o amanhã trazia. O mundo era perfeito porque o mundo não ia para além daquele ponto de ser criança.
Fomos crescendo e o tempo foi-se moldando à falta de tempo. A felicidade foi-se ensanduichando na tristeza, no receio e tantas vezes na ansiedade. Felizmente nunca me deixei cair na tormenta mesmo atormentado me sentisse. Mas o tempo deixou de ter tempo e fez-me correr contra ele.
O que eu lamento que o tempo me tenha feito.
Hoje, deixo o tempo ter o tempo que tem. Amanhã, logo verei.
Sanzalando
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