recomeça o futuro sem esquecer o passado

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4 de maio de 2008

Ao 7º dia publicou

Me sento aqui no lancil deste passeio meio esburacado, ou será que o passeio está só meio feito e por isso me parece meio esventrado? Não, num primeiro mundo nada fica por fazer nem se deixa estragar assim.
Mas isso é irrelevante, não fora o facto de eu ter que procurar um lugar mais liso para me sentar de modo a não ficar irremediavelmente dorido nas partes abundantes e nadegueiras.
Mas aqui sentado estava a pensar que bloguear é uma tarefa lixada com todas as letras e requer uma atitude insubornável.
Eu sei que tenho malhado abusivamente na minha vertente sentimental, no meu desenraizamento sócio-cultural, nas minhas lágrimas por falta dum quê que só eu sei mesmo o que é e nem tenho a certeza que existe, mesmo eu sentindo-o dentro de mim.
Por esta razão o bloguear é ainda mais lixado, com todas as letras das palavras portuguesas sinónimas desta.
Mas estava eu aqui sentado como um gajo velho, cansado, pronto a vomitar umas tantas lágrimas em forma de palavras que se vão formando assim num mar de ideias na minha tola, naufrago de mim, fantasma de rumo, e não consegui deixar de parar para pensar um pouco. Sei que me vão pedir sempre um nível mais alto de palavras, uma oceano de ideias, umas luzes na escuridão, uns olhares directos, uns sorrisos na tristeza, e ninguém se vai lembrar dos sacrifícios, do que eu vou pagar em custos directos e indirectos no meu corpo.
É verdade que não estou à espera de um cêntimo por palavra nem transporto a fantasia de fazer um livro das minhas palavras sabendo que há milhares de prateleiras carregadas de coisas inúteis e más. Também é verdade que não sou o bloguer presunçoso que aqui vai estampando o seu estado de alma real.
Aqui sentado neste passeio esburacado diariamente começo do zero até atingir o zero mais que absoluto.

Sanzalando

2 comentários:

  1. Nada é mais como antigamente, em que Ele voava de dedo apontado criando o mundo!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    SJB

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