recomeça o futuro sem esquecer o passado

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20 de maio de 2008

é de tarde

É de tarde e como todas as tardes avançam sem dar por isso não sinto a tranquilidade esperada. Deve de ser é causado porque sinto saudades da história esquecida, do regresso à vida na engrenagem estampada duma foto que mostra um relógio parado nas 5 horas. Pois é, se é fotografia o relógio está mesmo é mais que parado.
Mas acho que o tempo se adiantou e parou no presente, neste momento em que te olho e te falo as coisas no silêncio irrequieto, anedotas forçadas em rimas difíceis, jogo de palavras na mistura da cintura.
Hoje me trago no passado vivo que dei conta, na magnitude da lentidão.
Saboreio um café. Olho para a direita e para a esquerda. Atravesso a rua em segurança, jogo as mãos à cabeça, do chapéu tiro um cigarro como num passe de mágica, leio um jornal da época.
É de tarde, cruzo as pernas, dou um olhar tranquilo pelo dia, risco uma ou duas coisitas insignificantes e dou-me por feliz.


Sanzalando

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