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23 de setembro de 2009

Casualidade


Me sento neste canto onde ninguém dá por mim. Silênciosamente escuto as conversas que se cruzam perdidamente nos espaços vazios. Ninguém dá por mim. Ouço alguém dizer que a casualidade não exite. Silenciosamente me rio num esquiço de gargalhada contida que me possa denunciar. Dou comigo a recordar um cem número de casualidades. Sempre a mesma estória. E ouço dizer que não existe? Será que é um sinal que eu não estou a interpretar como deve ser? Desalinho dessa linha de pensamento. Eu sei. Existe e afirmo categoricamente. Má sorte? Mau olhado? Bruxedo? Pura casualidade. Ou será que tudo tem explicação, motivo e eu é que estou enganado?
Afinal de contas tudo faz parte do meu sonho, uma estória como principio, meio e fim. Eu é que ainda não os consegui alinhar e acho começei-me do fim. Por casualidade, só pode.
O que vale é que neste meu canto ninguém me vê e não há quem testemunhe o meu sorriso no olhar. Fico-me por aqui na esperança que se calem e eu possa usufruir casualmente do meu silêncio.



Sanzalando

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