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13 de setembro de 2009

sonho-te sem me despertar

Não despertei mesmo que tenha ido ao centro da cidade, mesmo que tenha abandonado o meu ponto de vigia na costa dum gosto que apeteceu sonhar. Não sinto a boca dorida dos silêncios guardados, não me doem as costas do peso da consciência e não me rio da injustiça que não tive. Nesta vida de sonho sinto a curiosidade de evitar tragédias que fazem rir, lágrimas furtivas que caiem por necessidade de controlo emocional. Sonho os sonhos que quero sonhar sem ter vencidos nem vencedores nem punhais expostos em mãos sem rosto.

Não despertei com o passar do tempo que passa sem que tenha tempo de me acordar. Ouço num suave tom de melancolia uma canção que ninguém cantou, um batuque que ninguém tocou porém segue-me a poeira da terra por onde alguém dançou.

Sonhar é a minha justiça e responsabilidade dos meus males e benefícios.

Não despertei nem quando voltei a ocupar o meu posto em que me treino para ouvir os recados das kiandas que me povoam.


Sanzalando

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