28 de setembro de 2009

já sei

Me dizem que eu tenho de sair do ensimesmento em que me meti. Gasto as minhas horas, os meus minutos, a sonhar-te, a naufragar nas minhas angústias, a delirar nos meus pressupostos. Mas vou fazer como para deixar de seguir agarrado às recordações e às dúvidas do futuro incerto sem ti?

Já sei que está na hora de pôr os medos e fantasmas, vestidos num pijama, em sono profundo, numa cama do espaço fechado da eternidade. Já sei que está na hora de tomar um banho gelado, arrefecer as ideias e no espaço do passado, deixado livre, esperar que entre um qualquer futuro que possa aparecer.

Já sei que está na hora de me olhar no espelho, descubrir-me para além da anatomia, esquecer-me das tuas carícias que nunca fizeste, e partir para um novo amanhecer.

Já sei tanta coisa que eu não sei que o que sei é o certo ou não.

Se tivesses olhos, que eu já não me lembro como são, olhar-te-ia neles e dir-te-ia apenas que te quero e levar-te-ia a passear no vestido da minha imaginação pelo jardim da minha paixão.

Já sei… não é recaida. É amor.


Sanzalando

3 comentários:

  1. gostei mesmo. e aquela "dos medos e fantasmas,vestidos num pijama,em sono profundo, numa cama do espaço fechado da eternidade", é para eternizar... sublime.
    bons sonhos.
    Abraço

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  2. Amor, não!
    Paixão brava, e conjugada a vermelho, negro e amarelo.
    SJB

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