Neste momento de silêncio tropeço em palavras que disse um dia, em ideias erradas que me passaram pela cabeça e soletrei até decorar como se elas fossem realmente boas, em conceitos por mim inventados como se fossem realidades. Afinal de contas eu dou conta da minha realidade, da minha existência, dos ruídos de fundo que emanam dos precipícios em que me coloquei, das coisas felizes em que me inventei, das lágrimas choradas por minha culpa.
Afinal de contas, através do silêncio, vejo que o mundo tem uma cor diferente na realidade, um pulsar diferente da batida do batuque por mim musicado, que a cara fechada não é sinal de tristeza, que a lágrima pode não ser de dor e o grito pode ser de alegria.
Através do silêncio espreito a minha sina, aguardo um chamar, que pode ser silencioso, um beijo na face que pode ser imaginário, uma carícia que deve ser real.
Através do silêncio sopro os quatro ventos e aguardo com paciência por uma palavra simples e pequena.
belo...
ResponderEliminar