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7 de março de 2010

Não acordes o ruído

Silêncio, por favor não acordes os medos de ontem nem afugentes as esperanças de amanhã. Não me atormentes a felicidade da memória nem me rasgues o paraquedas dos sonhos. Deixa-me sentir o silêncio e saborear as vitórias que eu imagino que já tive. Deixa-me entranhar na luminosidade silenciosa desta manhã de chuva e dizer que sou um sortudo porque ainda sei sorrir.

Mantem-te em silêncio, por favor, não me acordes desta realidade que imagino verdadeira, em que sinto o perfume da terra molhada, do mato queimado e do suor dos corpos que repousam nas eiras solarengas duma praça.

Silêncio para não acordares o ruído.


Sanzalando

2 comentários:

  1. "Vai-te embora, passarinho,
    Deixa a baga ao loureiro.
    Deixa dormir o menino,
    Que esta no sono primeiro."
    Gostei muito. Bons sonhos.

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  2. muito,muito bonito, não quero ser eu a quebrar esse encantamento...encontrei-o não sei já como, entre a busca e a certeza de que há seres superiores a mim, a quem deus entrega um dom que eu queria possuir...numa outra vida talvez...que o destino, esse traiçoeiro nos prega ás vezes partidas.quando chegar lá acima vou formular um desejo; voltar assim com as palavras que estou a enfeitiçar-me aqui e entregá-las a quem as quiser. bem haja!

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