Vou sabendo aqui e ali, recordando poeiras de livros faz tempo não são abertos, das coisas que te dizem respeito desde o tempo em que eu ainda não tinha sido criado no ventre da minha biavó. Me dizem eles que as casas eram buracos, o mar subia e lhes levava metade. Sempre apenas metade para poderem continuar e recuperar a metade até lha perderem de novo. Se morria sempre do mais no mesmo e sempre uns se salvavam ainda não sabiam nem porquê e já estava outro na barriga para substituir. Assim cresceram famílias que no deserto roubaram areia e ao mar lhe tiravam os peixes para lhes comer, o sal e outras coisas que hoje até parece é normal, mas que na poeira dos livros castanhos de cuidados mil para não se fazerem em pó como o que lhes cobre, me dizem que era coisa muito esquisita. Depois uns tinham mais cabeça e as palavras eram mais fluídas e passavam a patrões e outros que eram da mesma geração e da mesma escola quando ainda nem isso havia continuavam a ser os outros, os braços do trabalho, os que iam para o mar fazia 45 dias até voltarem em casa e fazerem outro descendente. No buraco não havia luz, o rádio ainda não tinha chegado àquelas paragens e os livros ainda não eram impressos se não em caligrafia de deve e haver. Esses dos 45 dias eram os que corriam a costa de sul a norte e vice versa a fazer a cabotagem de leva isto e trás aquilo. No resultado sobrava era mais um filho nos sete que era a conta mais habitual.
É isto que os poeirentos livros me estão a dizer ao ouvido que eu tenho medo de lhes abrir não vou ficar com alergia. Mas que é um diz que disse e não um de ouvi dizer é.
E me estava a esquecer de que era hábito, ainda não sei porquê e acho nem vou saber que isso é muito para mim, rezavam todos os dias três terços de ir à missa no Domingo mesmo que o padre faltasse.
É assim que me transparentam esses passados do meu futuro.
bonito passado de futuro, tem cheiro sal e a terra.
ResponderEliminarAbraço.