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20 de janeiro de 2011

deixo-me sem palavras

Não sei como é que te vou explicar, dizer em palavras que entendas, a minha tristeza, o meu sofrimento, as minhas lágrimas, a minha dor. Olho para as tuas fotografias, as de ontem, de muitos antes de ontem e para as de hoje e só me saem lágrimas. Vasculho sinónimos, letras soltas, perdidas e vagabundas de modo a que duma maneira fácil eu te diga o meu estado de alma, tudo o que eu queria e tudo o que dei a perder. Só encontro palavras caladas, mudas algumas e com defeito outras tantas. 
Fico-me no silêncio, roubo soluços, descanso o olhar no tempo e ouço o mar no seu sereno marulhar. Deixo-me voar no silêncio planado duma gaivota que voa sobre a areia não escaldante desta praia de vazios.
Não sei como te explicar porque respiro e porque teima em bater-me o coração.
Deixo-me descansar no tempo sereno dum marulhar que voa desde o mar como se fosse uma gaivota a planar em direcção a um sul.



foto de Isaura Morgado
Sanzalando

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