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15 de janeiro de 2011

enclausurado

Enclausurado nas paredes de pedra me deixo vaguear por pensamentos, recordações, memórias, imagens e sons. Acho virei um descrente verdadeiro. Penso que necessito de muito papel de embrulho, papel pardo acho, para embalar as mentiras que me rodeiam e já não me magoam, as dores que já não me comovem, a falsidade que já não me atormenta. Depois, com a minha razão servindo de barbante, ato muito bem apertado num nó cego, direito ou esquerdo, e atiro ao mar mais profundo, onde não existem nem fadas, nem kiandas, nem belas adormecidas, nem perfume de rosmaninho.
Já sei, vou virar problema porque me sinto enclausurado na liberdade de ser livre, de pensar, ver e imaginar o e quando me apetece e não ter que ouvir lágrimas rolando estridentemente por faces rugosas de dor, gemidos calados no silêncio da noite que faz de dia.
Assim sendo, com uma taça de água de mar, brindo aos meus defeitos que as virtudes ninguém vê

Sanzalando

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