Olhei pela janela e adivinhei que ia chover. Do outro lado do vidro as pessoas passavam embrulhadas nos seus problemas e ninguém reparou que eu deste lado lhes olhava.
O vidro se foi cortinando pelas gotas e as deformações se foram acentuando. O ar disforme de rostos escondia as dores, as alegrias e outras formas de estar na vida.
Pelo meu lado descobri, uma vez mais, que sou incapaz de adivinhar até a chuva, porque não choveu. Do outro lado do vidro não passou ninguém no tempo que gastei a olhar para o mundo. Tudo o resto foi imaginação. Eu sou uma imaginação de mim. Tu imaginas-me como te apetece. Isto é, se perdesses o teu tempo a ver-me.
Não chove lá fora, mas parece que me chove em mim. Acho estou a adivinhar trovoada.
Sanzalando
Também posso olhar?
ResponderEliminarSai lá da frente dela!
Não chove nada, olha sol a sorrir para ti!
SJB