Eu tinha muitas palavras para te dizer, mas o silêncio retirou-me a voz, a frio acabou-se-me com o fio de pensamento. Assim, num silêncio meditado, ouço-me respirar, ofegante e arrítmico, como a afogar-me na ansiedade. Vi uma flor e ela não tinha o brilho de outrora, o seu perfume tinha-se acabado e já não chamava mais a atenção. A flor estava que nem eu. Mas ao menos eu sei que isto é inverno e a flor sabe nada mesmo. Estou em vantagem, ainda por cima a olhar para a chama da lareira e a flor está lá fora e nem sabe o que é uma lareira.
Olha, quando raiar sol quente talvez descongele as minhas palavras e te diga coisas ao ouvido, num modo a que a flor volte a ter brilho e o seu perfume encanta os insectos das redondezas.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário