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7 de janeiro de 2011

recordando (6) - último (digo eu que nem sei se digo a verdade)

Aqui, perto do mar revolto, recordo-te. Apenas porque me revolto por saber que não me olhaste no dia que eu te olhei e vi que tu eras o meu cinema, o meu filme de amor que acabou numa película muda dum actor apenas. Tu ias ao cinema e eu ia ao cinema. Não sei que filmes vi. Apenas queria no intervalo olhar-te, ver-te e saber-te ali, na mesma sala que eu, mesmo que estivéssemos ao ar livre. Não sei se vi filmes com a Scalett O'hara, a Natacha Kinsky  ou Brigite Bardot e outras que nessa altura se calhar ainda não eram dadas como nascidas. Eu apenas via-te e suspirava-te e o resto do mundo era apenas cenário.
Mas tu não me olhaste.
Depois de hoje nem eu mais te olharei nem te imaginarei e se calhar sonhar-te, virarei a cara para outro lado e dormirei.
Sabes, passou o tempo e me disseram que o tempo é o melhor conselheiro. Eu sei que sou surdo e não lhe ouvi, sei que sou teimoso e não lhe liguei. Mas o tempo disse-me que o tempo tudo apaga e se calhar é o que pode estar a acontecer.
Deve ser mesmo porque o mar está revolto e eu aqui tão calmamente revoltado porque me lembrei de ti, que de hoje em avante cantarei o um dó li tó se a tua fotografia me vier à memória.



Sanzalando

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