Vou deambulando ideias atrás de pensamentos e recordações. Me deixo embalar e depois não sei onde terminou a realidade e começou a minha imaginação. Tás a ver, assim como eu te ter reencontrado quando nada fazia prever, num achar que nos iríamos encaixar num perfeitamente perfeito par. Essa ideia foi crescendo, esse amor ultrapassou tantos limites que se tornou ilimitado. Me esqueci teus defeitos, tuas irritantes manias de grandezas subtis e andares gingão entre brigas de mentiras e verdades banais.
Hoje não sei onde estou, se na realidade se na ficção porque não consigo apagar da memória o tanto que temos para construir, planos amarrotados, inclinados e quem sabe se talvez rabiscados em folhas de papel inexistentes.
Hoje dói só de pensar que nada projectado se tornou vida, que a saudade teve que ser reprimida, que os abraços tiveram que ser adiados.
Mais logo sorrio quando, antes de adormecer o meu pensamento for dirigido a ti.
Hoje dói porque não consigo preencher este espaço vazio que me assombra e que nem a lembrança do teu perfume faz apaziguar.
Mais logo sorrio quando me lembrar da tua sombra num dia de sol.
Se calhar doía se eu estivesse contigo, mas a certeza é que dói se não estou. Gritando ou em silencio, aos insultos ou aos beijos, abraçados ou empurrando eu só queria estar do teu lado, viver a tua vida e me deixar embalar na tua música.
Hoje dói ser fantasma de mim, ser personagem principal duma estória que não escrevi.
Logo sorrio quando lhe inventar um final feliz.
Sanzalando
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