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28 de janeiro de 2012

labirinto da minha lucidez

Me ensinaram que saudade é essa coisa que não tem braço mas aperta que parece é polvo, e dói ainda por cima. 
Mas quando é que vai chegar a hora de te viver outra vez? Tá demorada que nunca mais chega. Acho se perdeu nos labirintos da minha lucidez ou então é esta ansiedade que me desfaz em amarguras e me embrulha os sonhos em papel parvo. 
Porque é que me deixei embalar nos devaneios de te voltar a ter?
Na verdade, cada vez que eu fecho os olhos, eu te sinto. O teu perfume, eu cheiro. O teu calor, me transpira. Acho até que eu de olhos fechados consigo até sorrir.
A minha rua é a subir mas isso não é nem obstáculo para a gente correr, saltar o muro do quintalão, pisar os melões que ali repousam ou ir buscar tabaibos no cato que está encostado no muro do outro lado.
Abro os olhos e o cinzento nevoeiro aperta a dor no peito e quase é de urgência que eu lhes fecho outra vez. Volto a sentir a tua areia quente feita pele num sonho que sonhei já tanta vez. Quero me sentar no teu colo, ouvir o teu vento, sussurrar no teu ouvido as mais belas canções de amor que ainda não foram pensadas.
Quero naufragar no teu seio, sentar num jardim e te falar de mim. 
Ai o peso das palavras que me pesam na alma.
Me deixa sorrir de olhos abertos e me encher de carícias.
Saudade, pesadelo.
Mas escreve num teu canto qualquer que eu te vou ter. Tarde ou cedo!



Sanzalando

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