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20 de fevereiro de 2012

à conversa com a consciência

Hoje caminhei até aqui, ao Campo do Benfica, onde começa a estrada que vai deserto fora. Não me apetece aventurar caminhar a pé os 93 km que a placa diz que faltam. Fico mesmo só por aqui a ouvir a minha consciência a me murmurar sons que parecem frases feitas. 
Me ouço dizer que a vida só dá uma chance e que não vale a pena falar de amor tantas vezes se não sou capaz de amar-me. Afinal de contas a minha consciência também reclama. Não só só eu que digo que perco 24 horas em cada dia com reclamações e lamentos correndo à mesma velocidade. A minha consciência parece está vazia de sorrisos. E por quê? Para quê? 
Sigo com os olhos a areia dourada que se estende até para lá do aeroporto que dizem vai ser ali.
Me olho à volta e ali estou, encostado ao campo do Benfica, sozinho, quase como sempre. Na verdade ninguém me pode obrigar a ser feliz. Ninguém me pode obrigar a viver outra vida. Mas a minha consciência tem autonomia e autoridade para isso. Ela não vai viver feliz sem mim e ainda por cima me avisa que não tenho duas vidas. 
Olhando o amarelo mar de areia fina me dou conta que perguntei à minha consciência se a vida valerá a pena ser vida e aguardo a resposta dela enquanto me atiro de olhar para uma miragem que parece mar.

Sanzalando

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