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17 de fevereiro de 2012

ponta do Noronha

Me disseram era a ponta do Noronha. É a primeira vez eu venho aqui. Daqui vejo a cidade toda, o porto e o mar, tudo que até a vista cansada não consegue ver mais. 
Mas hoje resolvi vir aqui para poder gritar até à alma e botar cá para fora tanta coisa engasgada, do estilo de abrir a gaiola e deixar os pássaros fugirem só por irem onde lhes apetecer voar. 
Eu aqui preciso me afogar nas palavras caladas ao longo dos tempos, deixar o raciocínio se embrulhar em emoções, esfregar o informal na forma do não faz mal, sair saltando e correndo como se as palavras fossem joeiras coloridas amarradas num barbante de sapateiro e levar alto o som que me diz que te chega ao ouvido o que tenho para te dizer.
Aqui, na ponta do Noronha, onde o farol à noite brilha parece é pequeno sol que pisca e acompanha os namorados que estão por aqui a conversar em carros que dançam ao ritmo das estrelas, me deixo embalar em silabas de pijama e sonho alto todos os pedaços da minha rua, lages cimentadas ladeando um negro alcatrão, onde me entristeço na espera que um dia ela olhe para mim e me diga um simples vem cá.
Olho a cidade, é dia claro dum quase meio-dia, me tenho irracionalmente porque amanhã não sei se serei mais um eu que outro qualquer que deixou de ser jovem e se atirou no esgoto esquecido duma vida amarrotada., cansada e tristemente cinzenta.
Olho daqui a cidade e imagino como será logo à noite sem luar.

Sanzalando

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