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18 de fevereiro de 2012

nos arcos com saudades

Me sento num banco dum arco, nos arcos da praia. Não estou à frente do casino mas depois. Me apetece estar aqui sozinho a ver o mar,ouvir o mar e sentir o perfume do mar, sem ter ninguém a me incomodar. Na verdade eu sou aquele que não sabe fazer batota num jogo de cartas, sou a personagem errada duma qualquer estória, contada, escrita ou inventada, sou o que fica corado quando calha receber um elogio, sou o que seja sol quando chove e chuva quando faz sol.
À noite, ouvindo o mar, sentado num banco dum arco, nos arcos da praia, desejo ver borboletas escrevendo textos que seriam canções de amor e me esqueço que o mundo gira por aí numa rotação de 24 horas.
Aqui sentado, não ouço crianças fazendo birras, adultos reclamando porque estão vivos e vivos protestando com o aparente não sentido da vida.
Me deixo embalar na noite e recordo os amigos que partiram e me deixaram aqui a sentir-lhes saudades. Eu, o miúdo calado, sem brinquedos, sem roupas de marca, que brinco com palavras porque são baratas e que quase sempre vou a pé até ao fim do arco íris, fiquei depois de os ver partir numa ida sem regresso.
Amigos, desde aqui, sentado num banco dos arcos da nossa praia, me lembro e tenho saudades de vocês, uma a um.

Sanzalando

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