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20 de outubro de 2019

a gente vai de lembrança

Faz sol que nem o sol do outro lado. Me custa respirar ar quente. Faz tempo deixei de fumar e este tempo me veio lembrar a dificuldade de respirar que eu sentia. Me deixo levar de lembrança em lembrança até ao tempo em que era criança. As mangueiras, os tamarindos, as castanhas e os imbondeiros. As minhas palmeiras eram pequenas, não como estes coqueiros. Os meus amigos eram muitos, se fosse hoje eram o tamanho duma lista telefónica. Eu sabia escutar, ouvir atentamente, sem dizer certo ou errado. Ouvia e ajudava, lugar de amigos. Eu era criança, eu sou criança no coração da amizade. Eu me deixo ir de lembrança em lembrança até ao zulmarinho de menino.

Sanzalando

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