Me olhei no espelho e me imaginei eu do outro lado. Eu era o reflexo e o reflexo era eu. Pensei que o meio caminho da loucura tinha chegado. Me afastei e me olhei num repente, e eu era o reflexo, o medo de ser irreal, imaginário, a fraude, a falsificação de mim. Me sentei. Eu vou no kimbanda, me soliloquei. Professor Karanka me ajuda, pedi baixinho. Peguei num avião, daqueles que voam contra as leis da física, grandes, pesados, abarrotados de consciência pesada e fui na mãe. África. Diferente. Hoje eu sou diferente mas preciso da água, do ar, do sol e do perfume da mãe.
Hoje, nas águas do Índico me lavei, esfregando a alma com areia que um dia o vento trouxe e deixei de ter medo. Nem que seja enquanto estou aqui.
Hoje, depois duma chuva que deixou a roupa pesada e perfume de terra, eu sou feliz.
Sanzalando
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