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31 de agosto de 2020
e amanhã logo vivo
Tem dias e dias. Hoje é dos dias que depois de acordar apetece logo dormir outra vez. Hoje, se eu fosse avestruz eu enterrava a cabeça na areia e não sei quando mais ia sair. Tem dias que acorda a tristeza que até faz esquecer que a felicidade existe. Eu hoje acho que chorar seria o remédio. Mas na verdade é que eu não sei qual é a causa da doença. Parece inevitável. A tristeza cresceu assim parece é capim sem ser plantada, semeada ou se quer regada. Acho a cama seria o melhor remédio. Acho dormir seria a melhor opção.
Eu afinal também tenho um dia não. Acho foi este hoje o dia. Eu perco hoje este dia. Lhe risco do calendário. Não conta. Eu sei é mais fácil. É cómodo. Amanhã logo vivo outra vez.
Sanzalando
29 de agosto de 2020
é do vento
Está um vento do caraças e eu recolho-me em meditação. Uma forma elegante de dizer que recupero forças para amanhã porque hoje estou enfraquecido de gasto. Então, aqui meditando, vou passeando por ideias que guardei na memória para mais tarde usar. Não sei se é bem assim, mas fica bem e bonito assim dizer, às ideias que pulam de neurónio em neurónio como se já cá estivessem anteriormente, de tão familiares me parecerem. Eu gostava de acreditar, como dizem alguns livros, que é só dependente de cada um adormecer suave e dormir profundamente. Deve ser culpa minha. Não consigo levar isso à letra. Adormeço pesadamente e durmo suave e levemente, que qualquer mosca me acorda e mosquito nem me deixa pregar olho.
Não sei se é do vento ou do caraças mas não sobra nenhuma ideia mais hoje. Vou voar ao vento.
Sanzalando
28 de agosto de 2020
uma carta
Será que eu ainda saberia escrever uma carta à moda antiga? Antiquado? Não é por gostar de coisas antigas que me auto-insulto. Vou tentar.
Começo esta missiva por te agradecer existires na minha vida, por me teres feito ter o gosto de voltar a ter uma vida, não importando o tempo que se gasta em vivê-la nem a bagunça que se faz para a ter. Continuo por te agradecer toda a singularidade que trazes em cada abraço ou carícia, toda a alegria que transmites no teu sorriso.
Sei que a letra já não está desenhada como outrora, que a caneta de tinta permanente já não é deslizante como as do meu avô, porém acho ainda consigo pôr as letras todas de cada palavra dum modo legível.
Não querendo ser invasivo permites-me que através desta carta de te dê um abraço do tamanho da nossa amizade?
Comprarei em seguida um selo, se ainda os houver, e enviar-te-ei esta simples carta que te escrevo com amor.
Sanzalando
27 de agosto de 2020
sou
Tropeço em ideias e pensamentos que me fazem lembrar eu sou quem mais ou menos imagino parecer. Sou um carente de afectos mas não preciso deles para mostrar amor, Amo. Sou virulento nos comentários mas não preciso disso para mostrar a minha certeza de pensamento. Afirmo-me a cada instante sem necessidade de o afirmar oralmente.
Também as minhas telhas são frágeis como todas as telhas, mesmo sem serem as de vidro, estremeço como qualquer ser humano, faço silêncio no aplauso sem necessitar do barulho da ignorância, tenho o pé firme em terra se não me afundar na lama do desconhecimento.
Sou simplesmente complicado definir.
Sanzalando
26 de agosto de 2020
tempo
Me deixo levar por ideias, sonhos, desejos ou gostos e vou por aí saltitando de pensamento em pensamento, feito vagabundo sem rumo, livre pensador sem casa para arrumar. Quanto tempo demora a criar um sonho? Quanto tempo demora a sentir todos os sentidos dum sentimento? Quanto tempo demora a rasurar milhões de pensamentos absurdos? Quanto tempo demora a apagar promessas não cumpridas? Quanto tempo demora a a segurar a insegurança? Quanto tempo demora a reacção química dum adeus?
Tudo demora o tempo que o tempo leva a gastar-se. Não vale a pena por um ponto final se a vida tem continuação. Eu por opção ponho um sorriso e vivo-a
Sanzalando
25 de agosto de 2020
sou
Vagabundo-me por pensamentos e me perco tantas vezes naquilo que eu penso que sou por acaso ou por consciência. Poderei ser um bocado de verdade não contada, um pedaço do resto que se foi gastando na vida, uma comodidade angustiada? Até para mim sou mistério. Desvendo-me a cada dia.
Sanzalando
23 de agosto de 2020
eu, passado a futuro
Mergulho de cabeça no zulmarinho. Quero lá saber qual a temperatura. Me arrepio ou digo está boa. Ferver ou queimar isso sei que é impossível. Só quero mesmo é sentir a pele molhada e me lembrar da sensação de ser criança e depois brincar na areia molhada parece é pão ralado. Jamais esquecerei essa sensação.
Eu sei que logo à noite vou chorar em silêncio as recordações do passado. Eu sei que por mais que queira esse zulmarinho daqui não é o mesmo do de lá. Eu sei que as noites quentes daqui não são as noites quentes de lá.
Mas enquanto eu conseguir respirar eu sei vou sentir saudades. Mas é tão bom sentir saudades, é sentir que eu tive passado e que ele foi bem passado. Diria mais, eu tive um passado resolvido, tenho um presente a resolver e um futuro que o próprio ditará.
Sanzalando
22 de agosto de 2020
acabam-se
Nasce o sol. Acho vai chegar aqui queimando. Nem mais um segundo no despertador. Levantar a correr. Não pego em nenhum livro, não tiro nenhum liquido gelado da geleira. Corro o mais que posso e dou um mergulho no zulmarinho. É o último dia de férias. Não li e-mails, não mandei mensagens, não esperei sentado ao telefone. Fui a correr para o zulmarinho. É o último dia de férias. Estou bronzeado. Estou descansado. É o último dia de férias. Vou levar o zulmarinho comigo.
Sanzalando
21 de agosto de 2020
20 de agosto de 2020
19 de agosto de 2020
a minha terra
Eu nasci na minha terra. Assim, sem ninguém me perguntou nem ouviu opinião. Nasci e agora és daqui ponto final. Com orgulho eu sou filho da minha terra. E vou ser sempre da minha terra. Se tem sol eu lhe gosto. Se tem cacimbo vou fazer mais como? Cacimbo-me em gostar na mesma! Eu sou filho dela e vou lhe contestar?
Eu não estou na minha terra porque estou na terra doutro alguém e eu lhe respeito e por respeito lhe gosto também. Eu gosto desta terra que não é a minha terra mas não vou deixar de gostar da minha terra. Eu nasci e sou dela. Sem contestação. Procurem minha placenta e encontrarão as minhas raizes. Aqui nesta terra tenho os meus ramos, a minha copa e faço a minha somba.
Eu sou da minha terra e tenho saudades dela. Mas eu gosto desta terra e fico contente por ter duas terras com o mesmo sabor de um gosto muito.
Sanzalando
18 de agosto de 2020
Só pode ser Sol
Se eu soubesse cantar eu cantava. Se eu soubesse assobiar eu assobiava. Se eu soubesse música eu dava-a. Tantos ses que já nem sei a quantas ando. Sou surdo selectivo, desmemorizado de letras e não sei distinguir um dó em cima de si num sei lá. Na verdade eu devo ser o ser menos musical à face da terra. Estou a dizer que a terra é quadrada? Para ter face... A terra tem dois lados. Não tem faces. Eu faço parte dela. Mas a minha terra não é minha.
Afinal de contas o que é que se passa comigo que não atino uma frase feita de jeito? Só pode ser sol.
Sanzalando
17 de agosto de 2020
16 de agosto de 2020
reinvento-me
E em cada dia vou-me tatuando mais de sol. Morenei num moreno que não é o mesmo dos tempos de criança, porem ainda é mostra dalguma vitalidade ao ar livre, é gravação no corpo de todos os momentos de liberdade de espaço. Enquanto trauteio canções que invento, originais de momento, numa musicalidade muito própria, em que cada palavra é um som gravado na memória por um qualquer momento feliz da vida. As letras parecem infindáveis mesmo que a música pareça sempre a mesma.
Assim me reinvento em cada momento
Sanzalando
13 de agosto de 2020
sou o que sou
Se faz sol é porque faz, se não faz é porque não faz. Que é que o sol tem a haver com tudo isto?
Eu sei que sou mau feitio e por tudo ou nada protesto. Eu sei que posso ser e ter tudo. Mas eu prefiro ser só uma melodia de amor. Dessas que se ouvem e se calhar ninguém decorou. Dessas que soa bem mas não memoriza. Podia ser um entardecer, mas esse se repete só a cada 24 horas. É bonito, mas interrupto. Uma melodia de amor ouve-se sempre. Podia ser apenas o som duma viola. Mas na verdade eu não sei tocar nenhum instrumento. Sou uma melodia de amor, faça sol ou chuva.
Sanzalando
12 de agosto de 2020
vou, fico ou parto.
Sopra o vento de verão cá, deste lado do mundo. Faço a minha caminhada em passo cansado, sem sorriso na cara porque a ansiedade não me deixa ser feliz. Cada atitude provoca uma sensação. Umas são boas e outras nem por isso. Cada conversa provoca um sentimento. Uns bons e outros nem por isso. Uns comentários fazem-nos pensar. Bem alguns e outros nem tanto. Tudo isto com a força do vento e quando o vento é de rajada a ansiedade aparece. Não sou de xingar o vento nem de sonhar pesadelos enquanto acordado. Mas não me sinto feliz. Não sou nem estou infeliz. Repito: não me sinto feliz.
Acho melhor é pedir aos céus para parar o vento e deixar as atitudes, as conversas e os comentários na estante do esquecimento e partir rumo ao mundo da felicidade. Estou cansado de ver tempestades e por isso, calmamente, mando parar o vento e sigo o meu rumo noutra direcção, num caminho sem aflições, contradições ou intromissões. Vou por aí e aqui voltarei quando me apetecer.
Acho melhor é pedir aos céus para parar o vento e deixar as atitudes, as conversas e os comentários na estante do esquecimento e partir rumo ao mundo da felicidade. Estou cansado de ver tempestades e por isso, calmamente, mando parar o vento e sigo o meu rumo noutra direcção, num caminho sem aflições, contradições ou intromissões. Vou por aí e aqui voltarei quando me apetecer.
Sanzalando
11 de agosto de 2020
Tardes em vão
Faz sol de calor que não se consegue fazer mais nada. São tardes em vão que se passam no vão duma sombra. E fica difícil encontrar alguém em quem desabafar, em deitar cá para fora a tormenta de tanto calor que a gente se refugia na sombra de si mesmo. Acho que meio mundo se perdeu dentro de si próprio neste calor de verão e as tardes são passadas em vão.
Sanzalando
10 de agosto de 2020
9 de agosto de 2020
8 de agosto de 2020
eu e tu
Hoje posso dizer que me perdi por ti, no universo em que transportas a minha alma, no carinho que me trazes no coração, nas lágrimas das tuas preocupações. Hoje fazes parte do meu sol, hoje és uma das minhas particularidades, virtude ou mania. Hoje eu sou o teu riso, as palavras da tua boca. Hoje o meu perfil é o teu sorriso. As minhas palavras são a tua voz.
Hoje, perdidamente sou teu.
Sanzalando
Hoje, perdidamente sou teu.
Sanzalando
7 de agosto de 2020
eu e felizmente
Se faz sol eu estou feliz. Se faz frio protesto mas felizmente. Se chove, felizmente choro. No fim tudo é importante, felizmente. Assim vou repetindo as minhas palavras em soletrando passo a passo.
Sanzalando
6 de agosto de 2020
eu e este tempo
E se de repente nublar isso se chama verão aqui. Calor virou chato. Sem sol é parece poeira no ar. Com o tempo assim acho melhor não ficarem por aí à espera de eu telefonar, de eu dizer frases bonitas ou falar francês. Podia tocar piano mas a música não é nem o meu fraco nem o meu forte. Simplesmente não é. Mas dizia eu que com este tempo até as minhas histórias ficam tipo macambuzice.
Sei que não sou um ser perfeito nem mais que perfeito, condicional podia ser o termo porem não o fim. Este tempo retira-me o detalhe da sombra, a intensidade do brilho.
Com este tempo estou só virado para aqui a ouvir o mar.
Sanzalando
5 de agosto de 2020
eu e o futuro
Me deixo levar no embalo deste calor de cá sabendo que no de lá faz cacimbo. Mas se estou no lado de cá é cá que eu me vivo a tempo inteiro, que me desdobro em real e sonho, em ficção ou palavra séria de vida.
No meio disto tudo para dizer que desconsigo descobrir uma forma para apagar o eu interior, o nostálgico sem dor, o quebrado no tempo porém não partido, o fraco na lembrança porém não desmemorizado, o duplicado porém não pessoano. Também não sei se queria ficar assim, sem passado, sem dor ou saudade. Acho prefiro continuar a juntar qualquer caco de mim solto por aí em recordações ou memórias. Acho continuo assim a juntar-me no futuro.
Sanzalando
4 de agosto de 2020
eu e a confusão
Faz calor porque é verão destes lados de cá. Me sento numa praia que me faz
lembrar uma de lá. Me deixo levar por memórias, por caminhos sonhados,
desejados, imaginados ou apenas vividos. As tempestades atmosféricas já fazem anos que não me assustam mas as que carrego no peito em forma de saudade podem fazer estragos. Acidente, curso normal da vida ou apenas coincidência podem mudar a cada instante. Como eu nunca mudei nestes anos que levo de sonho e desejo. Nunca cheguei a dar um abraço de despedida. Foi apenas um até já. Tantas confusões saudáveis no meu intimo lutando por um lugar ao sol. Eu sou o meu sol se o sol lá de fora brilhar
Sanzalando
3 de agosto de 2020
Eu e os sentidos
Faz sol que me parece é forte. Me abraça que até queima. Me queima que até assusta. Me assusta que até parece um beijo de fazer parar o coração. O coração parado ensurdece-me que até parece é silêncio sepulcral. O tempo não para e todas as minhas impurezas parecem vem à superfície.
Não faz sentido. Não tem sentido. Eu não falo dos sentidos, nem cinco nem noves fora.
Sanzalando
2 de agosto de 2020
eu e a nostalgia presente
Adentrei-me zulmarinho fora. Não foi um banhar turístico. Foi mesmo para sentir na pele a suavidade da saudade do meu outro zulmarinho. Faça o que faça, aconteça o que acontecer eu não quero esquecer o meu primário zulmarinho. A nascente de toda a minha existência. Use os fatos que usar, mascaras que forem, eu quero ter-te na minha alma.
Independentemente do sucesso, das noites bem e mal dormidas, dos voos reais e imaginários, eu quero sentar-me e sentir a os meus lugares como meus que são e serão. Pouco importa se volto a sentir medo, lágrimas a correr na cara, fumo dos meus cigarros que cedo me passaram pela boca, hálito a álcool bebido nas noites de adolescência, eu sou tudo o que fui e ainda julgo serei.
Adentrei-me no zulmarinho para poder continuar a ser eu, como sempre me sonhei ser.
Sanzalando
1 de agosto de 2020
eu e a saudade
Está sol. A água do zulmarinho parece é caldo. Não corre nem aragem. Eu estou fechado e não é por vagabundagem, nem doença ou outra maleita. è mesmo só por castigo dos deuses que são loucos. Eu devia ser um bocado também. Se já contei pelos dedos os dias que eu estava no teu mar, agora conto os anos que não te vejo nem de perto nem de longe. Eu sei que já tentei arrancar-te do meu coração. Eu sei que já tentei desmemorizar como se fazia com íman nas bobinas de gravação do tempo histórico da minha infância, mas foi em vão. Eu e te e o teu mar acho somos um. Acho eu tenho uma queda enorme por ti e não me consigo levantar, sacudindo a poeira e seguindo em frente. Afianl de contas tu és a terra que me viu nascer.
Sanzalando
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