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31 de julho de 2024
Programa K'arranca às Quartas 28
: “A memória das palavras ou o Gosto de falar de Mim” de José Gomes Ferreira (os meus livros 3)
“A Memória das Palavras ou O Gosto
de Falar de Mim” recebeu
o Prémio da Casa da Imprensa. Nesta obra, o inicialmente poeta, dedica-se ao
longo de duzentas páginas, a "pentear nuvens e lembranças", com
ênfase para a sua primeira aventura Poética - (quando tinha 8 anos): "no
dia em que reparei na existência das palavras"- e a partir daqui todo o
seu percurso dedicado à Poesia e Literatura (como uma espécie de redescoberta
de si próprio).
Apesar do carácter autobiográfico da obra, José Gomes Ferreira apresenta-nos mesmo o seu Eu verdadeiro, ou é também um "mestre da omissão". 2/3 deste livro são a evocação dos seus sucessos literários e só restante 1/3 dele é que fala do seu trabalho como escritor recente.
Segundo Serafim Ferreira, jornalista e crítico literário, este é ainda um "livro que desde a sua primeira edição logo se revelou inovador nos aspectos fulgurantes da escrita e da linguagem e até na firmeza dos valores ideológicos que neles se pressentem".
Quem é José Gomes Ferreira?
(1900-1985)
nasceu no Porto, em 1900. Publicou em 1918 e 1921, respetivamente, duas
coletâneas poéticas, Lírios do Monte e Longe,
que mais tarde retirou da sua bibliografia.
Só
em 1931, depois de ter exercido funções de Cônsul de Portugal em Kristiansund,
na Noruega, encontra verdadeiramente a sua voz num poema, “Viver sempre também
cansa”, que dá a público na revista presença, nesse mesmo ano.
Esse texto, “Viver sempre também cansa”, em que Gomes Ferreira reconheceu, no relato que fez da sua aparição, em A Memória das Palavras, de 1965, o seu autêntico nascimento como poeta, vem a abrir, dezassete anos depois, o volume com que, realmente, se estreia, Poesia.
É, dos poetas do neorealismo, a alguns dos quais, a partir de certa altura, o ligam fortes laços de amizade, que se sentirá mais próximo. Em primeiro lugar, a influência que a obra de Raul Brandão teve no grupo de que fazia parte nos anos 20. No primeiro volume das Memórias, deixará registo do que para ele e para os seus companheiros terá significado o autor de Húmus: «Durante meia dúzia de anos, Raul Brandão foi, sem o saber, o mestre secreto da primeira fornada que, após a Revolução Formal do Futurismo, e embora concordante com todas as novidades do Orpheu e revistas subsequentes, se opôs por instinto ao seu conteúdo aristocrático, em busca aflita de outro Sinal.»
Os anos passados na Noruega, terão acentuado o pendor expressionista do seu imaginário já muito marcado por Brandão. Depois, não posso deixar de assinalar que o poema que atesta o seu verdadeiro nascimento como poeta tornou-se público numa publicação, a Presença, que, nos começos dos anos 30, era indubitavelmente o ponto de convergência de todos os que, em Portugal, estavam empenhados em praticar e em impor uma ideia de arte moderna.
De resto, todo o percurso de José Gomes Ferreira a partir de “Viver sempre também cansa” se vai pautar pela “Revolução Formal” modernista.
O
poeta fazia, de resto, questão, numa passagem de Imitação dos
Dias, de 1966, de se afirmar «sem saudades de qualquer passado», em
sintonia perfeita com o seu tempo.
Um
outro aspeto aproxima José Gomes Ferreira dos poetas de «presencistas», a
centralidade do eu na sua obra, não apenas nos livros em verso,
mas também nos livros em prosa. A abrir o 1º volume de Poeta
Militante, vem uma nota onde pode ler-se o seguinte: «Poeta
Militante é a viagem do século vinte em mim..»
Falámos de José Gomes Ferreira e da sua obra autobiográfica, do seu Eu mas a vida é mais que isso e por isso há que ler.
Ler causa morte á ignorância
30 de julho de 2024
“Balada da Praia dos Cães” de José Cardoso Pires. (os meus livros 2)
“Balada da Praia dos Cães” de José Cardoso Pires.
Do Autor temos que referir que de estudante arrependido de Matemática, marinheiro da marinha mercante e tradutor até se fixar como jornalista e escritor, tudo temos um pouco neste autor português, nascido nos arredores de Castelo Branco em 1925, imigrado em Lisboa, exilado no Brasil e regressado a Lisboa onde viria a falecer em 1998.
Deixa-nos uma vasta obra, onde destaco mais dois para além do livro de hoje, O Delfim e Hospede de Job.
A Balada da Praia dos Cães inicia-se com o relatório da descoberta de um corpo por uma matilha de cães numa praia, vindo posteriormente a saber-se que se tratava de um militar, major Luís Dantas Castro, que havia fugido da prisão após uma tentativa de golpe de estado. Mena, a grande paixão do major, arquitecto Fonte Nova que estivera preso também em consequência da tentativa de um golpe e o cabo Barroca que era um soldado a cumprir o serviço militar na prisão são os quatro que se tinham reunido após a fuga do Major. Reunião em casa de Mena, onde aguardavam a chegada do advogado Gama e Sá. As três personagens implicadas no golpe, mais o Inspector da Polícia, Elias Santana e o Advogado, são as principais figuras deste livro. Este romance desenvolve-se por fases. Antes do crime, a realidade dos implicados e os métodos da polícia assim como a caraterização da vida triste e apagada do referido Inspector. O resto da hsitória eu deixo para quem for ler o livro.
Deste livro fez-se um filme,
realizado por José Fonseca e Costa, tendo Raul Solnado feito o papel do
Inspector da Polícia Judiciária, responsável de desvendar este caso. Filme a
rever.
29 de julho de 2024
Noite tropical num país da Europa
27 de julho de 2024
Fernando Namora - Retalhos da Vida de um médico ( os meus livros 1)
Falando do autor, trata-se de Fernando Gonçalves Namora, Fernando Namora como nome literário, nascido em Condeixa a Nova em 1919, tendo falecido em Lisboa em 1989. Iniciou-se na poesia com RELEVOS em 1937. Em Coimbra tirou o curso de Medicina, colaborou em múltiplos jornais e revistas de cultura. É autor de coletâneas de poesia e de pelo menos 13 livros em prosa. Fernando Namora também foi pintor.
Dos livros que lhe conheço
ressalvo, sublinho e releio RETALHOS DA VIDA DE UM MÉDICO.
Não só por ser um tema actual mas
porque a narrativa situa-se entre a ficção e a analise social de 1949, primeira
publicação e 1963, segunda publicação.
Nesta obra estão fragmentos da sua
vida, relatos da sociedade da época, não uma novela ou romance. Não sei se
poderei considerar contos, biografia ou um diário. Certo-certo é que é um
Relato de vida sim. A sua maneira
peculiar de escrita cativa-me. Daquele ontem ao hoje de hoje parece que não
houve mudança, a não ser social.
(Música - Minha Mãe - Serenata
Monumental_ - Queima das Fitas Coimbra)
Repito que este livro constitui um documento importantíssimo da sociedade do início do seculo XX, revisto em 1963. A História de um Médico de Aldeia com as suas dificuldades quer na comunicação com o povo provincianos simples, habituado a charlatães, crenças e superstições. A sua luta para fazer-se ser aceite e lutar por um povo sub-alimentado, económica e culturalmente pobre, agarrados à sua avareza e desconfiança. Nestes retalhos, Fernando Namora reage com ironia, com dúvidas e mostra o seu cansaço.
Só posso dizer-vos mais que é um
livro para ler, reler e reflectir.
26 de julho de 2024
Dia dos Avôs
25 de julho de 2024
grata memória a minha
24 de julho de 2024
Programa K'arranca às Quartas 27
falemos de Verão
23 de julho de 2024
salva-me a memória
22 de julho de 2024
a atenção
20 de julho de 2024
começou no acabar
19 de julho de 2024
Eu sou do tempo que o meu tempo tem
18 de julho de 2024
Programa K'arranca às Quartas 26
17 de julho de 2024
Eu, a bicicleta e os automóveis ou nada disso
Por acasos do destino tornei-me ciclista de
cicloturismo, ciclo passatempo, fazer alguma coisa ao corpo porque o desporto
TV não me estava a ser lá muito benéfico. Como todos passei pelo ritual, como
todos passam, escolher a bicicleta presumivelmente ideal e adquiri todos os
equipamentos de proteção. Apesar de resumir toda a situação, o processo demorou
longos meses. Finalmente, montado em meu veículo, fui desbravar as ruas e os
caminhos das redondezas. Eis que, numa de minhas aventuras, surge o problema: donos
dos carros a reclamar com a minha presença no trânsito e atitudes agressivas
com tangentes e intimidações verbais.
O facto que ocorreu comigo é comum, ao que já vi e ao
que me contaram, com todos aqueles que se pretendem ser ciclistas.
Os automobilistas ainda não aprenderam a respeitar o
ciclista. De acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística
aumentou em cerca de 20% em 2021 em relação ao ano anterior, o número de
acidentes com ciclistas, tendo havido 23 mortes, menos 14 % que no ano anterior.
O relatório dá conta que os automóveis ligeiros foram responsáveis por 72%
dos acidentes ocorridos. A
colisão é o acidente mais frequente.
As ciclovias são soluções adequadas para o problema.
Afinal, elas garantem um espaço seguro para que os ciclistas possam transitar
sem serem ameaçados pelos carros ou sem prejudicarem os pedestres. Em outros
termos, cada um no seu “quadrado” ou cada um ocupando o seu espaço. Porém, as
ciclovias ainda não são uma realidade levada a sério. As estradas que possuem a maior quantidade de km de
extensão de ciclovia, ainda não conseguem abarcar todo o caminho. Há ciclistas
em todas as regiões e que se deslocam por todas as estradas. Portanto, é
importante que as ciclovias tenham o maior alcance possível.
Enquanto não houver essa realidade é necessário que os
ciclistas, os automobilistas e os pedestres consigam respeitar-se.
Ainda este fim de semana, na Serra de Montejunto fui
testemunha de autênticas barbaridades, quer de automobilistas quer de
ciclistas. A caminho da Real Fábrica de Gelo, estrada belíssima a merecer uma
vista e a um desfrutar de paisagem nos seus diversos miradouros, os
automobilistas comportam-se como corredores do Campeonato Nacional de Rampa e
os ciclistas descem como se fossem campeões de moto Gt em pista. Uma travagem
para que dois carros pudessem cruza-se e dois ciclistas a raspar o alcatrão e a
sentirem-se como a serem polidos por lixa enquanto as bicicletas aos
trambolhões pela vegetação. Espetáculo não digno de ser visto e facilmente evitável. Questão de
consciência. Digo eu.