Falando do autor, trata-se de Fernando Gonçalves Namora, Fernando Namora como nome literário, nascido em Condeixa a Nova em 1919, tendo falecido em Lisboa em 1989. Iniciou-se na poesia com RELEVOS em 1937. Em Coimbra tirou o curso de Medicina, colaborou em múltiplos jornais e revistas de cultura. É autor de coletâneas de poesia e de pelo menos 13 livros em prosa. Fernando Namora também foi pintor.
Dos livros que lhe conheço
ressalvo, sublinho e releio RETALHOS DA VIDA DE UM MÉDICO.
Não só por ser um tema actual mas
porque a narrativa situa-se entre a ficção e a analise social de 1949, primeira
publicação e 1963, segunda publicação.
Nesta obra estão fragmentos da sua
vida, relatos da sociedade da época, não uma novela ou romance. Não sei se
poderei considerar contos, biografia ou um diário. Certo-certo é que é um
Relato de vida sim. A sua maneira
peculiar de escrita cativa-me. Daquele ontem ao hoje de hoje parece que não
houve mudança, a não ser social.
(Música - Minha Mãe - Serenata
Monumental_ - Queima das Fitas Coimbra)
Repito que este livro constitui um documento importantíssimo da sociedade do início do seculo XX, revisto em 1963. A História de um Médico de Aldeia com as suas dificuldades quer na comunicação com o povo provincianos simples, habituado a charlatães, crenças e superstições. A sua luta para fazer-se ser aceite e lutar por um povo sub-alimentado, económica e culturalmente pobre, agarrados à sua avareza e desconfiança. Nestes retalhos, Fernando Namora reage com ironia, com dúvidas e mostra o seu cansaço.
Só posso dizer-vos mais que é um
livro para ler, reler e reflectir.
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