"Fio": Prisões
carranca
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Pátria apátrida Hoje, 12:06
Forum: Conversas de Café
Mantendo o tema da minha mensagem anterior, porque me apetece manter o ritmo do pensamento, a seriedade do assunto, a libertação de um medo conformista continuo na senda da pátria.
Um homem mede-se pelos seus amigos e inimigos.
Defendo teorias bem radicais. É natural que algumas pessoas discordem radicalmente de mim e considerem as minhas ideias imbecilidades descomunais. Elas muito me honram.
Agora, o que eu faço com as pessoas que simplesmente não escutam?
Muitas vezes, os surdos até acham que concordam comigo. Outras acham que discordam. Naturalmente, não podem fazer nem uma coisa nem outra, pois nunca me ouviram.
Os que acham que concordam são os piores. Já me 'cansei' de receber elogios (em privado, os malandros não se querem expor) dizendo-me que estou certíssimo, o mundo é mesmo uma treta. E eu pergunto: onde será que eu disse isso, onde será que eu fiz uma crítica ao mundo?
Eu escrevo que precisamos amar mais a humanidade e menos as nossas tribos, e vêm-me dizer que estou certíssimo, o mundo é mesmo uma treta. Eu falo que precisamos de nos pôr acima de conceitos pequenos e limitados, como ser católico, ser portista, ser europeu, ser africano ou asiatico e amar mais o Homem com H maiúsculo e vêm-me dizer que realmente deve ser um sofrimento para mim morar aqui onde moro.
E eu pergunto: o que faço com leitores assim? Eu explico de novo? Repito-me? Entro em guerra? Insulto? Adiantará alguma coisa? Eles nunca me irão entender. Porque eles não querem entender. Provavelmente porque não conseguem sequer ouvir.
Os leitores que ainda não perceberam que não estou a escrever contra o mundo ou mesmo sobre o mundo, nunca vão entender. Não sei que textos estão a ler, mas meus não são certamente. Não sei com quem estão a tentar dialogar, mas comigo não é certamente. Não sei que críticas ao mundo são essas que pensam estar a rebentar, mas não são minhas.
Ainda mais importante, não sei porque voltam e insistem em ler e contestar. Mas voltam.
Aparentemente, essa pessoa que estão a ler, com quem estão a dialogar, é um ser humano bastante desagradável, arrogante, egocêntrico e revolucionário, que odeia o mundo e tudo o que é mundano, que anda aos tiros aos Estados Unidos da América, que não aceita, alegremente e sem critério algum, nada do que vem de fora e que renega toda a História. Uma pessoa assim é a inimiga número um da liberdade. Uma pessoa assim se mo apontam na rua eu bato e viro-o em carne picada.
E, longo suspiro, aparentemente essa pessoa sou eu, que só eu sei se existe ou não!
Quem fala o rame-rame que toda a gente quer ouvir nunca é mal-interpretado. Aliás, tu nem precisas acabar de ouvir para saberes o que essas pessoas estão a dizer. Só falam o óbvio, o esperado, o lugar-comum. Como dizia, um dos meus autores favoritos, ser grande é ser-se mal-interpretado.
É o meu consolo.
se sobreviver um dia destes poderei estar de volta
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca
Rádio Portimão
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