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5 de novembro de 2009

dourados sonhos sem côr

Me sentei na secretária com o olhar de ver para dentro.
Tem hora que é preciso a gente se espreitar, ver se tem algum ponto que não levou a tinta que costuma dourar o dia.
Hoje o dia não parece que quer ficar dourado e a janela entreaberta faz com que o assobio do vento ainda mais o empalideça. Me olho num rever de pontos cardinais e até parece que já não sei onde fica o norte, o sul, o este e o oeste, sendo que apenas me lembro é dos filmes de cóbois em que este assobiar do vento é acompanhado por um novelo de capim que percorre em velocidade uniformente acelerada a rua principal que por sinal é a única. O sol já não brilha quando ainda é hora dele estar replandescente, o silêncio da metade da tarde é interrompido por um precoce cair da noite.
Hoje não vou dourar o sonho apenas porque não lhe sonhei.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Ai de nós quando os sonhos deixarem de existir...
    Só desejo que um dia destes leia um poema teu em que dês a notícia que o que ontem fora sonho, hoje é realidade.
    Um abraço grande para o mais romântico dos românticos.
    Vera Lucia

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