Estava para aqui sentado a atirar pensamentos em todas as direcções. Um fraco veio cair quase nos meus pés. Ia sendo pisado por um pensamento meu. Lhe olhei nos olhos como se ele os tivesse e lhe vi que era um pensamento que dizia assim: o dia mais feliz da minha vida. Não tinha mais nada e foi por isso que ele não conseguiu voar em direcção nenhuma. Voltei a pegar nele, revirei de frente e de trás, de lado e só não lhe virei ao contrário porque ele era mesmo muito pequenino e não dava maneira de lho virar. Lhe tentei colar outros, dar-lhe forma e o o dia mais feliz da minha vida era um dia cinzento. Já tinha mais qualquer coisa. Mas tantos dias na minha vida foram e são cinzentos como é que eu vou descobrir este que seria especial? O dia mais feliz da minha vida era cinzento porque chovia, mas de quando em vez era abrilhantado por um raio de luz, fruto da trovoada.
Afinal de contas o pensamento tinha mais qualquer coisa. Eu é que lhe estava a desaproveitar.
Me esforcei mais um bocado, tentei ver quem me rodeava e além de vultos desconsegui ver figuras com legendas, imagens mais reais estavam esbatidas no cinzento cerrado da carga de água.
Não, este vai ficar mesmo aqui aos meus pés. Afinal de contas ainda não tenho o dia mais feliz da minha vida. Ele é futuro.
Sanzalando
Que bom que é futuro...se tivesse virado passado a esperança não existiria, assim sempre pode correr atrás.
ResponderEliminarMuito bom, como sempre.
Abraço