Cantarolo uma canção que invento, que a voz não é o meu forte e o meu sentido musical acho entrou de férias no dia que nasci. Mas tento sempre cantar quando sinto que a nostalgia me tenta afogar. Ajuda a passar o tempo e quem canta seus males espanta, me diziam os meus avós que devem ter aprendido com os avós deles e por aí fora e eu não sou ninguém para os contrariar.
Mas agora me recordei dos avós, esses mesmos, todos quatro, que me ensinaram que amar não é complacência e que um sorriso é às vezes muito maior que um texto de palavras. Agora me duvidei se esses avós conheceram minha descendência. Ingratidão da vida. Parece que nada bate certo. Acho vou rebobinar a minha vida e projectar de novo, como fosse um filme, até ter um final feliz.
Então os meus avós, esses que me levaram a conhecer o que era um rio, me levaram nas matinés de domingo de manhã, me encheram de mimos nos momentos todos que eu estive com eles, não conheceram a minha descendência, aqueles que existem porque eles existiram e me ensinaram tantas coisas?
Afinal a vida é cheia destas curvas. Um dia os canários vão cantar na minha janela e eu não vou precisar de assustar o vizinho com as minhas cantorias.
Sanzalando
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