Doem-me os pés de tanto andar, a boca seca de tanto falar e a cabeça cansada de tanto pensar. Me deito no chão esticando as costas, recapitulo o dia e os sonhos acordados que sonhei e que mais uma vez não os realizei.
Sinto o corpo cansado de tanto viver e até parece vivo sem motivo. Fecho os olhos cansados e lacrimejantes que de tanto olharem já nada vêem, a claridade os incomoda e a escuridão os afoga. Me deixo sair do corpo e vagueio feito alma pelos meus arredores corporais.
Deve ser o sono que me faz navegar por caminhos de fantasmas. Me deixo ir. Cheguei ao pé de ti. Senti o teu perfume. Foi aí que desconectei os meus lábios e gritei o teu nome até à exaustão e os deixei percorrer-te.
Doem-me os pés de tanto caminhar pelos caminhos redondos que desenho em palavras escritas pela alma. Fecho os olhos e descanso num até amanhã de outro dia que um dia vai ser real.
Sanzalando
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