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6 de outubro de 2010

´faz horas

Faz horas que estou aqui parado a olhar para lá da janela. Acho que que passaram horas, porque na verdade eu não dei que elas tivessem passado e, se passaram, foi silenciosamente, tal qual eu estava debruçado na janela a olhar não sei ainda para onde pois não me lembro do que vi porque apenas sei o que eu imaginei. Eu vi, de memória, o teu corpo, senti, de memória, o teu perfume e acariciei, de memória, o teu ar.
Eu sei que vi tantas luzes a circularem-me e, de vez em quando, elas se juntavam e davam uma nova imagem à minha memória.
Não sei se eu tenho um lado paralelo na vida que me dá esta abstracção, que me leva a ver-te mesmo quando os olhos vermelhos das lágrimas não vertidas não conseguem, as mãos cansadas te procuram e o teu corpo é uma ilusão.
Mas a verdade é que eu sei que tu és verdade e estás muito para lá da minha janela. Mas sinto-te na minha imaginação e te tenho na minha memória.
Faz horas que aqui parado penso num beijo que te poderia estar a dar...

Sanzalando

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