Sentado de olhar perdido no mar atiro palavras ao vento e lhas imagino silaba a silaba desenhadas no ar a ondularem em direcção ao destino que lhes pensei. Elas se escrevem duma maneira suave que nem é barulho de velha máquina de escrever nem riscada de aparo de caligrafia. É doce ver as letras escritas no ar, a ondularem em direcção ao destino que lhes pensei.
Mas elas são assim escritas, com ritmo marcado pelo bater do coração, as letras que formam as palavras que eu atiro ao vento.
Vou vendo palavra a palavra e algumas acho que têm cara de alegria que me leva a pensar que estavam sofridas até eu lhas dizer, outras têm sabor amargo que até parecem que têm vida própria e não foram ditas nem por mim nem pela minha alma. Palavra a palavra, não seguindo nenhum padrão, não partindo de nenhuma ideia, gritada ou sussurrada, as palavras saem ondulantes em direcção ao destino que lhes pensei. Umas são poéticas, outras anedóticas e outras ainda esqueléticas num esquemático pouco prático. Uma palavras são de sedução, outras mostram sentimentos, outras informação e outras são apenas brilho de paixão.
Sentado a ver o mar atiro palavras ao vento e lhes vejo o destino que lhes penso e elas não lhe chegam.
Sanzalando
Se leio os meus escritores preferidos penso que era mesmo isso que eu queria dizer.E como fica fácil, eles escreverem o que eu gostava de dizer...
ResponderEliminarE penso: "como é que eu não sou capaz? Como é que não me lembrei disto?" é a diferença entre escritores e eu.
Você, poeta junte-se aos meus escritores preferidos.
Era mesmo isto que eu gostava de escrever, se soubesse escrever bonito assim.
Um beijo