Era madrugada. Acho ainda não tinha rompido a aurora porque ainda não entrava claridade pelas frestas da janela mal fechada e algures eu ouvia uma voz. Desconhecida por sinal. Voltei a fechar os olhos e tentei num esforço adormecer e esperar a manhã nascesse. Se me misturou na alma a dúvida e a angustia e me deu a volta no estômago que até parece ficou com um nó. Me levantei e percorri os cantos da imaginação e tentei perceber o que a voz dizia, assim como tentava adivinhar donde é que ela vinha. Não me sei dizer se era só angustia e duvida, mas acho era medo também que estava a nascer, porque além da voz parece eu ouvia passos lentos e leves. Se é a morte que me chama acho ela não vinha assim de mansinho, se é ladrão dentro de casa acho não iam falar, gesticulavam como eu aprendi nos filmes da matiné. Donde é que vem essa voz que me acordou nesta madrugada ainda noite?
Acho era apenas a voz da consciência vagabundeando pela minha imaginação.
Sanzalando
Aka! Que arrepio...Literalmente. De medo e daquela coisa boa que se chama sentimento de admiração.
ResponderEliminarFoi brilhante. Sem ofender outros textos, mais brihante ainda.
Como você escreve bonito...
Quando é que sai esse livro?
Deus lhe abençoe, poeta.