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24 de outubro de 2010

um segredo bem guardado

Por aqui vou num caminhar ininterrupto. Ali acima, como quem olha num mapa, estás tu. Mas eu não te consigo alcançar. Me falta tempo, me falta um pouco de vontade e tenho a mais um pouco de vaidade ou teimosia. Areia tenho muita, mar nenhum que está longe e não me chega aqui o sabor salgado da maresia. Me disseram choveu faz pouco tempo e me custa acreditar. Acho aqui não choveu nunca, desde a criação do mundo. Mas também não é isso que é importante. Aqui é assim e ponto final que eu não estou aqui para mudar o mundo tal qual ele é. Tomara eu conseguisse mudar o meu e dar o saltito pequenino e te chegar num instante depois voltava e não ofendia a minha vaidade nem ofuscava a minha teimosia. 
Não. Eu vim aqui para estar aqui e é aqui que eu vou ficar. Teimosamente como sempre o foste para mim. Orgulhosamente teimoso como aprendi a ser contigo.
Tiver eu tempo e vou ver o mar. Frio como o mar que te banha. Mas ver não magoa ninguém e o mar deve dizer-me mais segredos por tão perto que te está.
Amanhã vou bulir, devagarinho que os 34 graus não deve dar para mais, e não vou pensar em ti. Penso eu que sou teimosamente orgulhoso. 
Hoje sou carcamano e ninguém sabe de mim.


Sanzalando

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