Me deixo estar sentado na minha velha cadeira onde fotografo as memórias que vou recordando. O marulhar quase me adormece e me entrego letargicamente ao voar sobre pensamentos e verdades que eu acredito serem verdadeiras mesmo que não tenham acontecido, me deixo ser mais puro sendo tal e qual sou, sem necessidade de maquilhar ideias ou preconceitos. Me deixo sonhar de lábios cerrados em silêncios mentais filmes que vivi num ecran de pensamentos.
Sentado na minha velha cadeira sei que os amigos permanecerão para além da vida e que o chão que piso não é aquele que me irá levar ao estado de pó. Pelo menos é assim que eu sentado na minha empoada cadeira imagino o amanhã e vejo as imagens de ontem.
Não é a velha cadeira que herdei do meu avô e que era feita de velho barril de vinho naufragado numa loja qualquer. É mesmo a cadeira da memória que povoa desde a minha nascença até ao hoje que poderá ser um dia qualquer, como qualquer é a maquina que fixa a minha verdade memorial.
Um dia, quando a velha cadeira já não me aguentar, eu imaginarei que ela partiu para um lugar melhor com todas as imagens que eu lhe imaginei em cima.
A minha velha cadeira que nunca te conheceu, mas tanto sabe de ti, que acho que se a deixo por aqui ela te falará de tantas coisas que nem eu.
Sanzalando
Minha velha cadeira
ResponderEliminarTenho tanto para te dizer
Quando descanso em ti
ganho forças para viver
Sei que um dia
O tempo vai ser todo para ti
E tu me dirás
Minha velha
Valeu a pena a espera
E eu te direi
Valeu por mim e por ti
Minha amada cadeira